Furto de cartão levou a PF a descobrir o elo entre o PCC e Máfia dos Balcãs; entenda

Atualizado em 2 de janeiro de 2024 às 9:52
Aleksandar Nesic, apontado como líder da máfia dos Bálcãs. (Foto: Reprodução)

Em outubro de 2023, a Polícia Federal (PF) desvendou uma teia de conexões entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a Máfia dos Bálcãs durante a última fase da Operação Dontraz.

O foco da investigação recaiu sobre o comerciante Vanderlei da Silva Faria e sua esposa, Ana Júlia Mendes, suspeitos de desempenhar papéis-chave no tráfico bilionário de drogas entre a América do Sul e a Europa.

Vanderlei da Silva Faria e sua esposa, Ana Júlia Mendes. (Foto: Reprodução)

A operação em questão marcou o início das atividades da recém-criada Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), que reúne agentes das polícias federais e estaduais.

Máfia dos Bálcãs

Até então, as autoridades sabiam que a Máfia dos Bálcãs, liderada por Aleksandar Nesic, estava por trás do envio de 10,2 toneladas de cocaína em dois barcos, com colaboração de traficantes ligados ao PCC.

No entanto, faltavam evidências concretas que comprovassem a conexão dos brasileiros com a facção criminosa. O ponto de inflexão surgiu quando a PF, ao analisar um celular apreendido com a tripulação do Dom Isaac XII, encontrou mensagens de Faria oferecendo instruções supersticiosas para proteger a carga de drogas.

O elemento crucial para o desdobramento da investigação começou com o furto de um cartão de banco de Faria enquanto ele estava detido.

Uma funcionária, em posse do cartão e da senha, desviou R$ 60 mil do comerciante. Ao descobrir o golpe, Faria procurou um criminoso conhecido como Pazini para resolver a situação. Em uma série de mensagens gravadas, Faria solicitou que os responsáveis pelo furto fossem levados ao “Resumo Disciplinar” do PCC, ameaçando consequências severas caso não devolvessem o dinheiro.

O desfecho do caso se deu quando a PF, após uma tentativa inicial malsucedida de extrair dados do celular de Faria, realizou um segundo exame utilizando recursos tecnológicos avançados em São Paulo.

Esse exame revelou mensagens que Faria enviava e recebia sob o perfil “gladiador”. Essas mensagens foram cruciais para comprovar o vínculo de Faria e outros investigados, incluindo Jairo de Souza, Lino Barbosa de Sousa Júnior e Carlos Marratman Silveira, com o PCC. O furto do cartão proporcionou à PF a prova necessária para conectar o PCC à Máfia dos Bálcãs no esquema de tráfico internacional de drogas.

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