Futuro ministro da Educação exalta os youtubers: “ganham grana sem frequentar universidade”. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 26 de novembro de 2018 às 22:31
Ricardo Vélez Rodríguez, ministro da Educação de Bolsonaro

O futuro ministro de Educação do governo Bolsonaro, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, falou com a imprensa pela primeira vez na segunda-feira, dia 26.

Foi durante uma recepção em sua homenagem na universidade particular em Londrina, no Paraná, onde trabalha. Rodríguez mora na cidade com a família.

O resultado é o que você imagina.

“Acho que está acontecendo uma discussão muito aberta e vai haver uma moderação na regulamentação disso. Não acredito que haja violação dos direitos das pessoas para se exprimirem”, declarou sobre o Escola Sem Partido.

Rodríguez finge desconhecer que seu presidente incitou alunos a filmarem professores que pratiquem “doutrinação”.

E que, por conta desse macartismo vagabundo, um deputado federal eleito do PSL ameaçou a diretora de um colégio no estado do Rio.

Daniel Silveira, marombado que ajudou a quebrar uma placa em homenagem a Marielle Franco, fez um vídeo atacando Andrea Nunes Constâncio, do Dom Pedro II, de Petrópolis.

“Vou solicitar uma auditoria na sua escola desde o princípio de sua gestão para ver se tudo está tão certinho”, bravateou. 

A fiscalização não cabe aos deputados federais, mas à Secretaria de Educação e ao Tribunal de Contas.

Para Rodríguez, reina a paz absoluta. O melhor, porém, foi sua manifestação de desapreço pela vida universitária.

Mira que bonito.

“É bobagem pensar que a democratização da universidade é universal. Nem todo mundo gosta de universidade”, disse.

“Eu acho que o segundo grau teria como finalidade mostrar ao aluno que ele pode pôr em prática esses conhecimentos e ganhar grana com isso, como os youtubers estão ganhando grana sem frequentar universidade”.