Fux silencia sobre a desembargadora que difamou Marielle baseada em fake news. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 20 de março de 2018 às 12:36
Post da desembargadora Marília Castro Neves sobre Marielle Franco

Luiz Fux assumiu o TSE em fevereiro prometendo ser um cruzado contra as fake news.

Montou, ou disse que ia montar, um grupo de trabalho para discutir medidas duras contra informações falsas na internet.

Falou em bloqueio de bens e detenção dos envolvidos.

Plantou, ou mandou plantar, notas para colunistas dando conta de que especialistas americanos e russos seriam consultados.

Reuniu-se com o falecido Fernando Segovia para ver se era possível produzir uma proposta de lei específica.

Num café da manhã com jornalistas, fez um agrado aos amigos.

“A imprensa brasileira será a nossa parceira, nossa fonte primária em uma das nossas maiores preocupações que é o combate às fake news”, falou.

Contou que Ministério Público e Polícia Federal passarão a integrar um Conselho Consultivo no tribunal para estudar soluções.

Blablablá.

O loquaz e implacável ministro permanece em silêncio obsequioso a respeito da desembargadora Marília Castro Neves, do TJ do RJ.

Marília baseou sua campanha difamatória contra Marielle Franco em fake news.

Sua posição foi instrumental no sentido de dar alguma aura de “legitimidade” a verdadeiras ignomínias que viralizaram.

No Facebook, ela cravou que Marielle “foi eleita pelo Comando Vermelho”, entre outras barbaridades.

A declaração serviu para um site picareta de extrema direita chamado Ceticismo Político estampar que “desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos e é ‘cadáver comum’”.

Isso teve 232 mil compartilhamentos.

O CNJ já recebeu duas ações do Psol contra Marília. Fux, até agora, não deu um pio sobre a colega.