Foto: Obtido pelo UOL
Uma quadrilha realizou ao menos sete ataques a prédios de luxo em Higienópolis, bairro nobre da região central de São Paulo, no intervalo de um mês.
Para despistar seguranças e moradores, os criminosos utilizavam o que a Polícia Civil definiu como “disfarce perfeito”: roupas formais, perucas, e, em alguns casos, talit e quipá, itens associados à comunidade judaica. A estratégia foi usada para se camuflar no bairro, que possui forte presença judaica.
As investigações apontam que o grupo estudava a rotina dos edifícios, agindo como se fossem moradores ou visitantes. Em algumas abordagens, utilizavam trajes mais casuais, como bonés e roupas despojadas, para simular serem adolescentes de classe média alta. A tática permitia que se misturassem sem levantar suspeitas, até mesmo de policiais e seguranças. Após invadirem apartamentos desocupados, os assaltantes tiravam selfies com os itens roubados, como joias e dinheiro, e compartilhavam as imagens em tempo real com comparsas.
Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, a Polícia Civil encontrou itens usados nos disfarces, como perucas, um porta-talit e roupas religiosas, além de relógios de luxo e uma arma falsa. Dois irmãos, suspeitos de integrar o grupo, foram identificados. Eles possuem histórico de furtos na adolescência e, segundo a polícia, ostentavam sinais de enriquecimento incompatíveis com sua condição social, como a compra de um carro avaliado em mais de R$ 100 mil.
Os criminosos demonstravam ousadia em suas ações. Em um dos casos, após um furto frustrado, um dos assaltantes voltou ao local acompanhado de comparsas e usou uma barra de ferro para quebrar o portão e agredir o porteiro que havia impedido sua fuga inicial. Em outro episódio, os ladrões se aproveitaram da distração de uma moradora para entrar no prédio, onde roubaram joias e dinheiro em apenas três horas de atuação.
Os ataques ocorreram em um perímetro de cerca de três quilômetros em Higienópolis, com a quadrilha criando uma rota própria. Entre os itens furtados estavam relógios Rolex, joias de ouro, bolsas de luxo e dinheiro vivo, incluindo moedas estrangeiras. Em um dos furtos, artigos religiosos judaicos também foram levados. A Polícia Civil trabalha para identificar outros membros do grupo e comprovar que os bens roubados financiaram os sinais de riqueza apresentados pelos suspeitos.
Os moradores de Higienópolis têm intensificado as medidas de segurança, colocando avisos nas portarias para que os condôminos evitem abrir portões para desconhecidos, mesmo que pareçam pessoas familiares. Apesar dos reforços, os ataques têm gerado insegurança na região, considerada uma das mais nobres da capital paulista.
A Polícia Civil pretende indiciar os suspeitos por furto qualificado e associação criminosa. As informações são do UOL.
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