O presidente Lula lançou nesta quinta (4), em Belo Horizonte (MG), o programa Gás do Povo, que garantirá botijões de gás gratuitos para 15,5 milhões de famílias de baixa renda. A iniciativa deve beneficiar cerca de 50 milhões de pessoas em todo o país, substituindo o atual Auxílio Gás e triplicando o número de contemplados.
Em vez de dinheiro, as famílias retirarão os botijões diretamente em revendedoras credenciadas. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o programa é um marco na luta contra a pobreza energética.
“O Gás do Povo combate a pobreza energética, garante alívio no orçamento das famílias que mais precisam e ainda protege a saúde, principalmente de mulheres e crianças, que utilizam a lenha, álcool e outros materiais inflamáveis e tóxicos”, declarou.
Terão direito ao benefício famílias inscritas no CadÚnico com renda de até meio salário mínimo por pessoa, com prioridade para quem já recebe o Bolsa Família. A quantidade de botijões por ano varia conforme o tamanho da família: até três para dois integrantes, quatro para três pessoas e seis para famílias com quatro ou mais membros. No total, serão distribuídos cerca de 65 milhões por ano.
Veja a cerimônia:
O acesso ao programa será feito por aplicativo do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, cartão próprio, vale impresso em agências da Caixa ou até pelo cartão do Bolsa Família. As revendedoras credenciadas terão identidade visual padronizada para garantir transparência. O valor do benefício será regionalizado, levando em conta os preços monitorados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
A maior concentração de famílias beneficiadas está no Nordeste, com 7,1 milhões de contemplados, seguido pelo Sudeste (4,4 milhões), Norte (2,1 milhões), Sul (1,1 milhão) e Centro-Oeste (889 mil). Entre os estados, São Paulo lidera, com 1,87 milhão de famílias, seguido pela Bahia (1,84 milhão), Minas Gerais (1,20 milhão) e Rio de Janeiro (1,12 milhão).
O financiamento será feito com recursos públicos já previstos na Lei Orçamentária Anual. Em 2025, estão reservados R$ 3,57 bilhões para a implementação da política, e a previsão para 2026 é de R$ 5,1 bilhões. Segundo o governo, não será necessário crédito extra para manter o programa.
Além do impacto social, o Gás do Povo busca reduzir o uso da lenha como combustível doméstico, prática ainda presente em cerca de 12 milhões de lares no Brasil. A substituição pelo gás deve diminuir a incidência de doenças respiratórias associadas à poluição da queima de biomassa, aliviando também a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS).