Bolsonaro gay da Gaviões é “equivoco sem tamanho”, diz De Lucca

Atualizado em 19 de abril de 2022 às 21:08
Gaviões da Fiel Bolsonaro
Gaviões da Fiel fará um desfile criticando o presidente Jair Bolsonaro

William De Lucca criticou a decisão da Gaviões da Fiel em fazer uma representação artística do presidente Jair Bolsonaro como gay na avenida. O jornalista escreveu um texto no seu perfil do Twitter nesta terça-feira (19) sobre o assunto.

“Isso aqui é um equívoco sem tamanho da Gaviões da Fiel, que vai retratar Jair Bolsonaro “bem gay, bichíssima, dando muita pinta”. Bolsonaro é hetero e homofóbico. Chama-lo de bicha para atacar sua masculinidade é igualmente homofóbico e contraproducente”, iniciou.

“Tratar todos os homofóbicos como bichas enrrustidas, alias, coloca a homofobia como um “problema interno” dos LGBT+: é viado enrustido contra viado que se aceita. Não é assim que a banda toca. A homofobia é um sistema social que retira direitos e a dignidade de LGBT+”, continuou.

William de Lucca é contra a decisão da Gaviões da Fiel

E esses direitos e esta dignidade são retirados para que homens e mulheres heterossexuais e cisgêneros gozem de privilégios e mantenham seus status sociais, ainda que de forma inconsciente. Então não, homofobia não é um problema de bichas e travestis. É de heteros e cis”, escreveu o jornalista.

E por isso mesmo que usar esses ‘personagens’ que “viram viado” pra atacar a masculinidade de figuras notoriamente homofóbicas como Bolsonaro (e na gringa rola com Putin e Trump) não fazem nada além de serem mais e mais homofóbicas. Bola fora enorme da Gaviões nessa”, concluiu.

Confira:

Bolsonaro no desfile

O mandatário será interpretado pelo carioca radicado em Londres Neandro Ferreira. Ele desfilará na ala Governantes e Generais. “Vou vir como um Bolsonaro bem gay, bichíssima, dando muita pinta”, conta Neandro à Folha de S.Paulo. Ele ainda promete levantar, em plena avenida, uma placa com “Fora Bolsonaro”.

A Gaviões da Fiel desfilará com o samba-enredo ‘Basta!’ que trata da luta contra o racismo, fascismo e opressões. O ator Marcelo Adnet é um dos compositores da letra, que cita episódios recentes de violações dos direitos humanos. A enredo também fará menções a lideranças, tais como o ex-presidente da África do Sul e Prêmio Nobel da Paz, Nelson Mandela, e o cacique Raoni, líder indígena pioneiro na luta pela preservação da Amazônia.

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