No último 31 de março, aniversário do golpe, ou movimento como prefere o presidente do STF Dias Toffoli, Bolsonaro reuniu meia dúzia de cidadãos de bem na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
JB se auto outorgou o papel de herdeiro do regime militar.
Na verdade, ele era desprezado pelos velhos líderes que o viam despontar.
Ex-ministro do Trabalho, da Educação e da Previdência, o tenente coronel Jarbas Passarinho afirmou em 2011 que Bolsonaro era “um radical e eu não suporto radicais”.
“Foi mau militar”, disse.
Roberto Simon, diretor para a América Latina da FTI Consulting, em Nova York, empresa de consultoria empresarial global, postou em suas redes sociais trechos de um depoimento de Ernesto Geisel, o quarto general da ditadura.
Fazem parte de um livro fundamental, com conversas compiladas pela Fundação Getúlio Vargas.
As entrevistas foram concedidas à cientista política Maria Celina d’Araújo e ao antropólogo Celso Castro entre julho de 1993 e abril de 1994. A obra foi lançada em 1997, um ano depois da morte de Geisel.
Ele governou o Brasil de 1974 a 1979. Às páginas 112 e 113 (o catatau tem 494 no total), Geisel fala de Bolsonaro, à época um deputado que já chamava a atenção pela indigência mental.
O contexto são as “vivandeiras” do regime militar. Geisel se queixava de que “há muitos dizendo: ‘Temos que dar um golpe!”
E emenda: “Não é só o Bolsonaro, não!”.
Em seguida: “Presentemente, o que há de militares no Congresso? Não contemos o Bolsonaro, porque o Bolsonaro é completamente fora do normal, inclusive um mau militar“.
Eduardo Reina escreveu no DCM sobre a expulsão de Bolsonaro da Escola de Oficiais após um plano terrorista.
Jair vive de uma mistificação de uma época brutal, vergonhosa, suja, uma mancha.
A democracia, que ele despreza, lhe permite homenagear o torturador Ustra em pleno Congresso.
No Exército, o “capitão” era considerado um “bunda suja”, o termo empregado pelos militares de alta patente — como Geisel — para designar aqueles que não subiram na carreira.
A história se repete como farsa.