O general Luiz Eduardo Ramos, amigo de Jair Bolsonaro (PL) desde 1973, desapareceu dos círculos políticos de Brasília. O ex-ministro optou por se isolar em Resende, no interior do Rio de Janeiro, afastando-se das investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de 2022. Com informações da Folha de S.Paulo.
Enquanto generais como Braga Netto estão presos e Augusto Heleno corre risco de ser condenado a mais de 40 anos, Ramos é o único ex-ministro militar do Planalto que não responde a processo no STF.
O general vive agora em sua casa de quase 400 m² no condomínio Terras Alphaville Resende, comprada em 2018 e até então pouco usada. Distante das Forças Armadas, o militar alterou o visual: deixou a barba crescer e colocou prótese capilar, mudanças que, segundo amigos, servem de “disfarce”.
Em conversas com interlocutores, Ramos disse ter sido “alijado” do governo Bolsonaro após sair da Casa Civil e agradeceu por não estar envolvido nos processos da gestão. O general afirmou que perdeu o acesso ao ex-presidente ainda em 2021, depois de ser deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência.
Apesar do afastamento, a amizade entre Ramos e Bolsonaro é antiga e marcada por episódios como o de 1992, quando Ramos intermediou a saída do então deputado Bolsonaro da Aman após ser proibido de entrar. No governo, o general assumiu a Secretaria de Governo em 2019 e foi peça-chave na articulação com o centrão.
Entretanto, enfrentou crise com ministros que o acusaram de negociar cargos. Após idas e vindas, deixou a Casa Civil para dar lugar a Ciro Nogueira e foi remanejado para a Secretaria-Geral, antes de se recolher à reserva e à vida privada.