General Cid reclama de abandono do filho preso: “só ele está mofando”

Atualizado em 19 de agosto de 2023 às 13:16
General Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução

Desde que seu filho, o tenente-coronel Mauro Cid, foi preso, há mais de três meses, o general Mauro Lourena Cid passou a atuar nos bastidores, buscando desesperadamente ajuda de figuras influentes, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, para reverter a situação de seu filho. “Só ele está mofando lá”, teria dito para pessoas próximas

No entanto, parece que seus esforços têm sido em vão. O general Cid, uma figura respeitada na caserna, tem mostrado sua frustração com a falta de ações concretas para libertar seu filho. Segundo relatos obtidos pela Veja, ele se referiu à contagem de dias de prisão de Mauro Cid, que já ultrapassa os 100 dias, e lamentou que, enquanto o tenente-coronel permanece detido, a maioria dos outros envolvidos na investigação está em liberdade. “Já são 105 dias, mesmo sem haver nenhuma denúncia. Cento e cinco!”, desabafou.

A tensão se intensificou ainda mais quando a Polícia Federal indicou que o próprio general Cid estava envolvido na trama de venda de presentes e joias recebidos por Bolsonaro. A partir desse ponto, o tenente-coronel Mauro Cid tomou uma decisão surpreendente: confessar sua participação nos crimes e afirmar que agiu sob ordens de Jair Bolsonaro (PL). Mas ele ainda pode desistir das acusar o ex-presidente.

O general, angustiado, tem mantido conversas limitadas com poucas pessoas, demonstrando seu desespero em salvar o filho e garantir que ele possa enfrentar os processos judiciais em liberdade. A estratégia adotada agora é de uma defesa que sustenta que o tenente-coronel estava apenas cumprindo ordens no contexto de sua função militar, antes de se tornar o ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro.

Mauro Cid e Jair Bolsonaro. Foto: Adriano Machado

Além disso, o fato de que Cid está detido preventivamente, mas sem acesso aos autos do processo e sem a presunção de inocência, também tem causado desconforto. A defesa do tenente-coronel alega que todos os materiais probatórios já estão nas mãos da investigação, o que levanta questionamentos sobre a necessidade de sua prisão. “Nós viramos os piores bandidos do mundo, meu Deus do céu”, desabafou na última semana.

O general Cid, uma figura cuja retidão era considerada exemplar, vê-se agora envolvido em um escândalo que pegou a cúpula do Exército de surpresa. Ele tem insistido em que seu filho está sendo usado como um meio para chegar até ele, e já se referiu à situação como uma “prisão política”.

Segundo o advogado Cezar Bitencourt, que assumiu o caso recentemente, o tenente-coronel afirma que partiu dele próprio propor ao general que cedesse a sua conta bancária para receber o dinheiro arrecadado pela venda de presentes luxuosos, com os relógios e kits de joias, recebidos por Bolsonaro. Conforme alega a defesa, o valor foi sacado e entregue ao ex-presidente, e nada ficou com os militares.

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