General que aderiu à trama golpista foi um dos que mais visitou Mauro Cid na prisão

Atualizado em 12 de fevereiro de 2024 às 9:56
O general de quatro estrelas Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira. Foto: reprodução

O general de quatro estrelas Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, um dos 16 militares alvos da busca e apreensão na última quinta-feira, foi uma das visitas mais frequentes de Mauro Cid no batalhão do Exército em Goiânia após a prisão do ex-ajudante de ordens, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

Isso ocorreu no contexto das investigações sobre os atos terroristas promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2022.

Ele fazia parte do Alto Comando do Exército até novembro do ano passado, quando passou para a reserva. A Polícia Federal (PF) alega que Theophilo, ex-comandante de Operações Terrestres (Coter), desempenhou um papel crucial na trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

Segundo a PF, Theophilo teria a responsabilidade de acionar o “Comando de Operações Especiais (Copesp)”, conhecido como “kids pretos”, um grupo de elite treinado em operações de contrainteligência, insurreição e guerrilha.

A missão desse grupo seria prender autoridades durante a tentativa de golpe de Estado, programada para o final de 2022 antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A decisão que autorizou a Operação Tempus Veritatis destaca que Theophilo era o “responsável operacional pelo emprego da tropa caso a medida de intervenção se concretizasse”.

Theophilo teria recebido consentimento de Bolsonaro para agir, segundo a PF, em reunião em dezembro de 2022
O general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira. Foto: reprodução

A PF alega que as Forças Especiais do Exército, os “kids pretos”, receberiam a missão de efetuar a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes assim que o decreto presidencial fosse assinado.

Com base em diálogos encontrados no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, Theophilo teria consentido com a adesão ao golpe de Estado, desde que o presidente assinasse a medida. O consentimento teria ocorrido durante uma reunião com Bolsonaro no Palácio da Alvorada em 9 de dezembro de 2022.

A PF obteve informações que indicam que Theophilo participou de uma reunião onde foi discutida uma minuta de golpe, com a presença de Bolsonaro e comandantes das Forças Armadas. No entanto, a tentativa de golpe não teve respaldo institucional dos militares.

Outra mensagem obtida pela PF revela que, nos primeiros dias do governo Lula, Theophilo assegurou a Mauro Cid que iria conversar com o então comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, sobre os riscos de o ex-ajudante de ordens ser preso nas primeiras semanas do ano.

Theophilo afirmou que nada aconteceria a Mauro Cid. O general Arruda deixou o cargo em 21 de janeiro de 2023 após ser acusado de leniência com os militares envolvidos nos atos terroristas na capital federal.

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