General que visitou Mourão preocupa os democratas uruguaios. Por Moisés Mendes

Atualizado em 10 de setembro de 2020 às 8:56

Ninguém respira no Uruguai, porque ninguém sabe quem venceu. Mas é preciso admitir que hoje a realidade é essa, pelo que mostram os números: depois de 15 anos, a Frente Ampla de Tabaré e Mujica pode deixar o poder e ser oposição.

Se Daniel Martínez for derrotado por Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, a velha direita dos blancos, muda tudo, ou quase tudo.

É do jogo. Mas os uruguaios fazem perguntas básicas: é possível que a direita respeite os avanços democráticos e a base das conquistas sociais dessa década e meia?

A outra pergunta: que poder terão os militares num governo de direita e considerando que um general reformado, o ultradireitista Guido Manini Ríos, teve 11% dos votos no primeiro turno e apoiou Lacalle Pou?

(Sempre lembrando que Guido Manini Ríos, eleito senador, foi chefe do Exército do governo da Frente Ampla de 2015 até o início desde ano. Em setembro, o militar andou visitando gente da extrema direita no Brasil e conversou até com o vice Hamilton Mourão. Foi ele quem liderou, às vésperas do segundo turno, uma série de ataques às Frente Ampla, com o uso de mensagens pelo WhatsApp.)