“Genocídio do povo palestino”: relatores da ONU acusam Israel de crimes contra a humanidade

Atualizado em 19 de outubro de 2023 às 15:11
Escombros em Gaza
Gaza teve edifícios destruídos – AFP

A ONU (Organização das Nações Unidas) acusa Israel de cometer “crimes contra a humanidade” por seus ataques a Gaza. Em declaração emitida nesta quinta (19), em Genebra, sete relatores da entidade alertaram que há um risco de genocídio contra palestinos se a ofensiva não for parada.

“O cerco completo de Gaza, juntamente com ordens de evacuação inviáveis e transferências forçadas de população, é uma violação do direito internacional humanitário e criminal. Além disso, é de uma crueldade indescritível”, afirma o documento.

A declaração ainda lembra que a destruição intencional de casas e infraestruturas civis, além do corte de água, medicamentos e alimentos, são proibidos pelo direito penal internacional. “Estamos soando o alarme: Há uma campanha contínua de Israel que resulta em crimes contra a humanidade em Gaza”, prossegue.

Os relatores da ONU também afirmam que as ações militares em Gaza e as prisões e assassinatos na Cisjordânia geram um “risco de genocídio contra o povo palestino”. Essa é a manifestação mais forte da ONU desde o início do conflito, no último dia 7, quando o Hamas atacou Israel. A relação entra a diplomacia israelense e a entidade tem sido de tensão.

Hospital atacado por Israel. Foto: Reprodução

Entre os signatários do documento estão os relatores Pedro Arrojo Agudo, sobre os Direitos Humanos à Água Potável e ao Saneamento; Francesca Albanese, sobre a situação dos direitos humanos no Território Palestino Ocupado; Paula Gaviria Betancur, sobre os direitos humanos de Pessoas Deslocadas Internamente e Balakrishnan Rajagopal, sobre o direito à Moradia.

Eles apontam que “não há justificativas ou exceções para tais crimes” e se dizem “chocados com a inação da comunidade internacional diante da guerra”.

“É hora de cessar fogo imediatamente e garantir o acesso urgente e desimpedido a suprimentos humanitários essenciais, incluindo alimentos, água, abrigo, medicamentos, combustível e eletricidade. A segurança física da população civil deve ser garantida”, afirmam.

O documento ainda pede “reparação, restituição e reconstrução” do que foi destruído por Israel e condena o ataque ao hospital que matou mais de 470 pessoas na última terça (17). O “cerco total” promovido a Gaza também é citado na manifestação, que lembra que o corte de recursos “indispensáveis à sobrevivência” também é uma “violação do direito internacional humanitário”.

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Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.