
No último sábado (25), uma criança Yanomami morreu com sintomas de pneumonia e desnutrição grave. A vítima estava internada em Surucucu, unidade referência em saúde da Terra Indígena Yanomami, e sua morte foi informada à Rede Amazônica por Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami (Condisi-YY).
A criança era da comunidade Ketaa, na região do Surucucu, e estava sendo encaminhada para Boa Vista, onde receberia atendimento médico. O corpo da criança retornou para Surucucu, para que os indígenas pudessem fazer o ritual fúnebre da cultura Yanomami.
Há 21 dias, um bebê Yanomami também morreu na mesma unidade com sintomas de desnutrição grave. Ele era da comunidade de Pahayd, região do Haxiu, e havia sido resgatado para ser levado à Boa Vista, mas devido ao mau tempo não foi possível transferi-lo.
No último dia 22, quatro indígenas morreram em Boa Vista e foram levados em caixões para a Terra Yanomami. As vítimas, três mulheres, de 45, 49 e 63 anos, e um adolescente, de 16, tiveram complicações causadas por malária e desnutrição.

Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami enfrenta uma das piores crises sanitárias da história em três décadas de demarcação. O garimpo ilegal desenfreado na região e o descaso da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com os povos originários são apontados como os principais responsáveis pela situação vivida pelos povos Yanomami hoje. .
Segundo o governo federal, somente em 2022, 99 crianças indígenas morreram na região. Nos últimos quatro anos, foram 570 mortes de crianças pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva decretou, no dia 20 de janeiro, estado de emergência em saúde pública na região e desde então trabalha arduamente para ajudar os povos Yanomamis.
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