‘Eu acha que Geraldo tem que ir’: o que pensa sobre a chapa com Lula o maior articulador de Alckmin

Atualizado em 18 de dezembro de 2021 às 9:40
Geraldo Alckmin
Alckmin deixou o PSDB nesta quarta (15). Imagem: Reprodução

Enquanto Bolsonaro dá pernada a três por quatro para sobreviver, após ter colocado o país em transe, as pessoas vão se movimentando e pavimentando o caminho para por o definitivo fim a esta longa noite de terror.

Em mais uma informação exclusiva, o DCM contou que o Centrão deu um últimato ao capitão: ou cresce ou desce. Isto é, sai da lama nas pesquisas de opinião ou nós vamos te abandonar sem dó.

Enquanto isso, os grupos de Lula e Alckmin trabalham mapeando lideranças – o be-a-bá de qualquer campanha – e focam levar a eleição em 2022 já no primeiro turno.

Mas há sempre aquela pulga atrás da orelha: é sério mesmo que Lula e Alckmin estão trabalhando numa chapa única? Isso não é conspiração da Folha, vendendo uma estratégia do Doria?

Liguei para aquele que é o interlocutor número 1 de Geraldo Alckmin: Pedro Tobias – reza a lenda que Geraldo e Pedro estavam juntos no leito de Moussa Tobias, irmão de Pedro, no momento da morte do maior líder da história de Bauru.

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Ex-vereador, ex-deputado e ex-presidente do PSDB três vezes, Pedro Tobias é uma lenda viva da política de São Paulo.

Um Campos Machado do interior, só que muito mais evoluído: formado em medicina na França, de origem libanesa, libertário até o último fio de cabelo, é um cidadão do mundo, com um detalhe: honestíssimo.

Dr. Pedro, como é conhecido em Bauru, faz cirurgias pela manhã e trabalha no consultório no período da tarde. Amantini, ex-prefeito, líder político da região e velho correligionário, informou: “Liga às 12h15 que ele vai te atender”.

“Eu acha que Geraldo tem que se aproximar de Lula”, disse, assim mesmo com o “a” no acha. “É preciso pacificar o país”, continuou no seu linguajar peculiar.

O que eu queria saber na realidade é sobre a tal muralha intransponível do conservadorismo paulista contra o PT e que nem Alckmin seria capaz reverter.

– Não tem nada disso, disse o ex-deputado. Essa tal muralha já ficou com o Bolsonaro em 2018. Só que muitos se arrependeram e não querem mais votar nele. É com essa turma que o Geraldo e nós vamos contar. E são muitos, milhões.

Perguntei sobre Doria e enchi a bola do gestor para instigar.

Ele nem deu satistafação.

E sobre o ódio entre petistas e tucanos?

“Isso não existe”, ensinou. “Vivemos numa democracia, são adversários que, por algum motivo, e por instantes, podem estar juntos por um bem maior: esse é o foco. O resto é coisa de quem não conhece política. Uma conversa sem pé nem cabeça que não leva a nada”.

Pedro Tobias abandonou as eleições porque quis, abandonou a presidência do PDSB por causa de Doria, mas não abandonou a política de forma alguma.

Fale com quem sabe

É o cara que está levando Geraldo nas costas nesta aventura para tentar salvar o Brasil da barbárie. É aquele que Geraldo sabe que sempre poderá contar.

Se resolver ser candidato amanhã a qualquer cargo, não haverá uma única cidade no estado de São Paulo onde ele não terá voto. Para usar uma expressão correta: conhece todo mundo.

Os entendidos de política nesse país deviam falar mais com Pedro Tobias e menos com esses ‘postos Ipirangas’ que circulam feito zumbis por aí.