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Geraldo vai anunciar decisão importante e não é a adesão à chapa com Lula

O tucano Geraldo Alckmin – Daniel Ramalho/AFP

Até o balconista da Villa Colmeia sabe que Geraldo Alckimin é um homem comedido. Sua mão direita sempre levantada a cumprimentar funcionários e clientes não muda desde que o estádio do Morumbi ainda nem existia. Mas essa semana ele promete novidades.

O DCM conversou com militantes da ala histórica do partido, gente que acompanhou Geraldo na malfadada campanha de 2008, quando tomou uma sova de Kassab – o ex-prefeito aproveitou para triturar Marta no segundo turno do pleito que garantiu sua reeleição à prefeitura de São Paulo.

Os interlocutores não cravaram, mas a história tem tudo para ser a saída do PSDB. Geraldo fez o seu papel nas prévias. Juntou os fundadores do partido contra Doria, seu inimigo, em torno da candidatura de Eduardo Leite. Só não contava com a astúcia do gestor no momento de promover a filiação em massa dos eleitores.

Agora não é momento mais de indecisão. O fim de ano chegou e Geraldo nem pode mais participar de confraternização de tucanos de tão queimado que está com o grupo de Doria.

“O que sobrou pra ele?”, ironiza um dorista doente.

Se não for nessa, na próxima semana Geraldo vai anunciar sua saída do PSDB.

Fundador, deputado estadual, federal, vice e quatro vezes governador de SP terá de abandonar a legenda porque perdeu a queda de braço para aquele que guindou à vida pública e que o traiu na primeira hora.

Aliança com Lula

A decisão de deixar o PSDB faz parte da estratégia atual de Geraldo. Ele tem duas opções: seguir com Márcio França, em quem confia, entrar no PSB e encarar a chapa com Lula, ou cair na mão do consórcio Kassab, Temer e Centrão de Robrigo Maia e arriscar o governo de SP.

Não são decisões fáceis. Geraldo é experiente e sabe que, na condição de chefe do Executivo, não será obrigado e fazer o que mandam o velho golpista e seu pupilo prodígio Kassab.

Só que aí tem outra questão: o vice. O último indicado por Temer virou prefeito de São Paulo em menos de três meses. A Geraldo isolado politicamente quem garante que a Assembleia não decida fazer aqui o que a Alerj fez com Witzel no Rio?

Seguir com Lula seria o caminho mais fácil, com menos risco, a ainda tem o fato de Geraldo ter se tornado amigo particular de Haddad, hoje o principal homem público do país só atrás do ex-presidente.

O que pega na ida com Lula é a base. A de Geraldo topa ficar com ele para o que der e vier. Só que com uma condição: bem longe do barba.

Jose Cassio

JC é jornalista com formação política pela Escola de Governo de São Paulo

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