
O gesto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Assembleia Geral da ONU, em 23 de setembro de 2025, gerou alerta no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro. O encontro ocorreu nos bastidores, quando os dois trocaram cumprimentos. Do púlpito da ONU, Trump mencionou o episódio e declarou que teve uma “ótima química” com o petista. Com informações da colunista Daniela Lima, no UOL.
O aceno inesperado, articulado nos bastidores, foi tratado como movimento de reposicionamento dos Estados Unidos e aumentou a pressão sobre o entorno de Jair Bolsonaro, que avalia entre manter o discurso mais rígido ou adotar pragmatismo nas negociações no Congresso diante de investigações e sanções. O ex-presidente responde a processos judiciais e cumpre prisão domiciliar enquanto aliados articulam saídas no Congresso.
No Legislativo, dirigentes do Partido Liberal (PL) defendem a aprovação de uma anistia ampla para Bolsonaro e seus apoiadores. Líderes do centrão, porém, consideram mais viável aprovar medidas que reduzam penas, o que poderia beneficiar o ex-presidente em caso de condenação.

Bolsonaro autorizou sua bancada a intensificar negociações para avançar em propostas legislativas. Interlocutores afirmam que a orientação é avaliar todas as alternativas, com foco em medidas que possam alterar o cenário jurídico do ex-presidente.
Dentro do grupo político de Bolsonaro, há divergências. O deputado Eduardo Bolsonaro resiste a iniciativas de moderação e mantém posicionamento alinhado ao setor mais radical da base de apoiadores.
O alerta provocado pelo gesto de Trump e Lula coincidiu com esse momento de articulação política no Brasil, colocando o Congresso no centro das negociações que podem definir os próximos passos da situação de Bolsonaro.