A aproximação entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva durante a Assembleia Geral da ONU contou com articulação prévia de executivos da J&F. Representantes do grupo conseguiram apresentar ao governo norte-americano os impactos de tarifas aplicadas a produtos brasileiros consumidos em larga escala nos Estados Unidos. Com informações da coluna de Octavio Guedes, no G1.
A J&F, que tem 75 mil funcionários nos Estados Unidos e 180 mil no Brasil, atua em segmentos de carne bovina, frango, suínos e alimentos processados. O porte da companhia facilitou a abertura de canais com autoridades do Departamento de Estado e do Departamento de Comércio dos EUA.
Joesley Batista esteve reunido com Donald Trump na Casa Branca cerca de três semanas antes do encontro entre o presidente americano e Lula em Nova York. A reunião, divulgada inicialmente pela Folha de S.Paulo, foi confirmada por interlocutores da empresa.
Nas conversas, os representantes da J&F alertaram para o impacto do aumento de tarifas sobre consumidores norte-americanos, em especial em itens de consumo popular como hambúrgueres, tacos e almôndegas. O tema entrou na pauta como parte do esforço para evitar aumento de custos no mercado dos Estados Unidos.
O lobby empresarial ocorreu em paralelo às movimentações políticas da ONU. No evento, Trump relatou publicamente ter tido boa impressão do encontro com Lula, classificando como positiva a relação estabelecida entre os dois.
A Casa Branca foi procurada para confirmar oficialmente a reunião entre Trump e Joesley Batista, mas ainda não respondeu. O grupo empresarial segue acompanhando os desdobramentos do tarifaço no mercado norte-americano.