Gleisi acusa Tarcísio e Derrite de “proteger facções” no projeto antifacção

Atualizado em 10 de novembro de 2025 às 23:22
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Foto: Evaristo Sá/AFP

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou nesta segunda-feira (10) as alterações feitas pelo relator Guilherme Derrite no Projeto de Lei Antifacção, que tramita na Câmara dos Deputados. Segundo ela, o texto revisado “tira a Polícia Federal do combate ao crime organizado” e representa “um presente para as facções que atuam em todo o país, inclusive no mercado financeiro”.

Em publicação nas redes sociais, Gleisi afirmou que as mudanças “inviabilizam ações coordenadas contra a estrutura financeira das facções, como a Operação Carbono Oculto” e que o novo texto pode “tumultuar inquéritos e ações judiciais em andamento, porque altera as competências da União e dos Estados, de forma inconstitucional”.

A parlamentar também criticou o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Tarcísio de Freitas, dizendo que “as mudanças que o secretário de Tarcísio propõe vão proteger a bandidagem e as facções, subvertendo totalmente o projeto enviado pelo governo do presidente Lula”. Gleisi destacou ainda que Derrite manteve no texto “a ideia de classificar facções como terroristas, o que não resolve nada e é uma grave ameaça à soberania do país e às nossas empresas”.

Para a presidente do PT, “o combate ao crime organizado se faz com ações conjuntas e coordenadas, com planejamento e inteligência, como propõe a PEC da Segurança Pública enviada pelo governo em abril”. Gleisi reafirmou que o texto original “mantinha a integração das forças de segurança e garantia a liderança da Polícia Federal nas operações”.

A parlamentar reiterou que as mudanças “tumultuam investigações e enfraquecem a estrutura de enfrentamento ao crime organizado”. O projeto, alterado pelo relator, ainda precisa ser votado na Câmara antes de seguir para o Senado.

Gleisi concluiu que “o governo Lula apresentou uma proposta técnica e responsável, mas o texto modificado por Derrite desorganiza o sistema de segurança e cria brechas que beneficiam as próprias facções que deveria combater”.