
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais nesta sexta-feira (7) para criticar a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator do projeto de lei antifacção, proposto pelo governo Lula (PT) após a chacina que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro.
Em postagem publicada no X, Gleisi afirmou que “a indicação do relator da matéria é prerrogativa do presidente da Câmara”, Hugo Motta (Republicanos-PB). “A opção pelo secretário de Segurança do governador Tarcísio de Freitas contamina o debate com os objetivos eleitoreiros de seu campo político”, escreveu a ministra.
“O governo do presidente Lula enviou ao Legislativo o Projeto de Lei Antifacção Criminosa na expectativa de um debate consequente sobre o combate ao crime organizado, como exige a sociedade brasileira. Seguiremos trabalhando no Congresso para que prevaleça o interesse público e seja resguardada a soberania nacional”, acrescentou.
O governo do presidente @LulaOficial enviou ao Legislativo o Projeto de Lei Antifacção Criminosa na expectativa de um debate consequente sobre o combate ao crime organizado, como exige a sociedade brasileira.
A indicação do relator da matéria é prerrogativa do presidente da…— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 7, 2025
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, também criticou a escolha de Derrite para a relatoria, classificando-a como um “desrespeito com o presidente Lula”.
“A escolha feita pelo presidente Hugo Motta é um desrespeito com o presidente Lula. O projeto de lei antifacção é uma prioridade do governo Lula, e colocá-lo nas mãos do secretário de Segurança do governador Tarcísio beira a provocação. Parece um interesse deliberado de não aprovar e de atrapalhar a tramitação da pauta prioritária do governo na área de segurança pública”, disse Lindbergh.
A escolha feita pelo presidente Hugo Motta é um desrespeito com o presidente Lula. O projeto de lei antifacção é uma prioridade do governo Lula e colocar nas mãos do secretário de segurança do governador Tarcísio beira uma provocação. Parece um interesse deliberado de não aprovar…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) November 7, 2025
O projeto do governo, enviado pelo presidente Lula com urgência constitucional em 31 de outubro, precisa ser votado pela Câmara em até 45 dias. A proposta cria o crime de organização criminosa qualificada e aumenta as penas para integrantes de facções, além de modernizar a legislação de combate ao crime organizado.
Hugo Motta, no entanto, descartou, por ora, designar Derrite para outro projeto em debate que equipara facções criminosas a organizações terroristas, por considerar que o tema poderia acirrar a polarização política no Congresso.
Esse segundo texto, que ainda divide governistas e oposição, chegou a entrar na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas teve a votação adiada por falta de consenso.