A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), condenou a PEC (proposta de emenda à Constituição) que concede uma autonomia ampla para o BC (Banco Central), afirmando que tal medida busca “submeter o Brasil a uma ditadura monetária”.
Sua crítica veio em resposta a uma entrevista do presidente do BC, Roberto Campos Neto, à Folha na qual ele endossou a proposta.
“Os juros exorbitantes do BC derrubaram os investimentos e estagnaram o crescimento no segundo semestre. É uma política monetária que segue ameaçando o país, mas a gente não vê uma linha de crítica na mídia sobre isso. Ao contrário, Folha dá espaço hoje para o Campos Neto defender ainda mais autonomia para o BC”, escreveu Gleisi.
Segundo Campos Neto, a independência total do BC representa um avanço no aprimoramento da autonomia da instituição, destacando que esse assunto foi discutido durante uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Gleisi apontou para o desempenho econômico no final de 2023, marcado por uma estagnação atribuída em parte às altas taxas de juros impostas pelo BC, que teriam prejudicado os investimentos e o crescimento.
Além de Gleisi, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) também criticou a proposta, alegando que ela conduz a uma radicalização da autonomia do BC.
“É natural que o governo se oponha até pela forma como essa PEC foi construída. O governo nunca foi consultado”, afirmou.
Farias questionou a forma como a PEC foi elaborada, destacando que o governo não foi consultado adequadamente.
Campos Neto, por sua vez, expressou otimismo em relação à economia, apesar das críticas, sugerindo que o primeiro trimestre aponta para um crescimento do PIB e que as previsões para 2024 são positivas.
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