Gleisi diz que liberdade de expressão para Bolsonaro é “direito de mentir, fraudar e matar”

Atualizado em 7 de setembro de 2024 às 15:07
Gleisi criticou ex-presidente nas redes sociais neste sábado (7). Foto: Reprodução

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou suas redes sociais para criticar duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro durante a manifestação de 7 de setembro, que acontece hoje na avenida Paulista, em São Paulo. O político sobe o tom contra Alexandre de Moraes após a proibição do X em território brasileiro.

Segundo Gleisi, Bolsonaro “não entende nada de soberania”, citando seu apoio ao bilionário Elon Musk, que, de acordo com ela, desrespeita as leis e a Justiça do Brasil. “Ele não entende nada de democracia, quer anistia prévia para seus crimes e para os golpistas do 8 de janeiro de 2023”, completou.

Para a petista, o ex-presidente “exige o direito de mentir, incendiar, matar, fraudar e impor a lei do mais forte no país”, demonstrando seu desprezo pelos princípios democráticos. Ela afirmou que Bolsonaro usa valores como “família, fé e patriotismo” apenas para manipular e enganar seus seguidores, sem realmente compreendê-los ou respeitá-los.

A líder do PT reforçou que o Brasil é muito maior do que Bolsonaro e que ele “ainda vai pagar na Justiça por tudo que fez contra o país e o povo”.

Bolsonaro quer impeachment de Moraes

Principal personagem do ato contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes neste sábado (7), Bolsonaro intensificou a pressão sobre seus aliados no Congresso para acelerar o pedido de impeachment do magistrado.

Investigado nos inquéritos sobre os desvios de joias presidenciais, falsificação de comprovante de vacina e tentativa de golpe, ele espera que seus aliados subam o tom contra Moraes para evitar que a “ira” do ministro não cresça sobre ele.

Em uma reunião com deputados e senadores na sede do Partido Liberal (PL), Bolsonaro expressou descontentamento com o ritmo de coleta de assinaturas. Embora o documento já conte com mais de cem adesões, o ex-presidente cobrou uma coordenação mais eficaz e maior mobilização de seus apoiadores, incluindo seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Bolsonaro busca equilibrar a necessidade de manter sua base mobilizada com a cautela para evitar possíveis consequências legais durante o ato em São Paulo.

Temendo uma prisão em flagrante por alguma fala considerada antidemocrática, o ex-presidente tem sido aconselhado a moderar suas declarações públicas. Em entrevista recente, Bolsonaro fez um apelo a Moraes, pedindo que o ministro “abaixe a guarda” e “tire esse coração de maldade da tua frente”.

Nos bastidores, Bolsonaro busca manter uma distância estratégica das ações mais incisivas contra Moraes, delegando a linha de frente dos ataques a seus aliados, como o pastor e empresário Silas Malafaia, que é um dos principais convocadores do ato na Avenida Paulista.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Bruno Santos/Folhapress