Gleisi Hoffmann rebate editorial do Estadão e defende legado de Lula

Atualizado em 16 de agosto de 2025 às 16:12
Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais. Foto: Ton Molina/Estadão

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou nesta sexta-feira (16) um editorial do jornal O Estado de S. Paulo que responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela ascensão de Jair Bolsonaro. Em publicação no X (antigo Twitter), Gleisi afirmou que a análise do periódico “ultrapassa todos os limites” políticos, históricos e de bom senso, argumentando que a eleição de Bolsonaro em 2018 está ligada à prisão de Lula, classificada por ela como ilegal, quando o petista liderava as pesquisas eleitorais.

Gleisi contestou a avaliação do jornal sobre a política fiscal do governo Lula, ressaltando que, entre 2023 e 2024, o déficit primário caiu de 2,3% para 0,01% do PIB. Ela também lembrou que, nos dois primeiros mandatos, Lula produziu superávits consecutivos, reduziu a dívida pública de 60% para 38% do PIB e manteve a inflação controlada após herdar índices de 12,5% ao ano.

A dirigente petista defendeu ainda o desempenho econômico atual e histórico de Lula, citando crescimento do PIB acima de 3% em 2023 e 2024, algo que, segundo ela, não ocorria há duas décadas. Ela destacou que, entre 2003 e 2010, o país teve média de crescimento de 4,1% ao ano, chegando a 7,5% em 2010, além de ter se tornado credor do FMI e acumulado US$ 300 bilhões em reservas internacionais.

No campo da política externa, Gleisi rebateu críticas sobre a atuação diplomática de Lula, lembrando que o presidente foi convidado dez vezes para as cúpulas do G7, trouxe para o Brasil a presidência do G20, fundou o BRICS, fortaleceu o Mercosul e dobrou o fluxo do comércio exterior em oito anos, após visitar 80 países. Segundo ela, no atual mandato já foram abertos 400 novos mercados para exportações brasileiras.

A petista afirmou que a corrosão institucional do país não foi causada por Lula, mas por Jair Bolsonaro, a quem acusou de semear ódio, promover violência política, atacar as instituições e tentar um golpe de Estado contra a democracia. Gleisi reforçou que o legado de Lula é o oposto do que, segundo ela, foi descrito pelo jornal.

A postagem gerou repercussão nas redes sociais e entre apoiadores do governo, ampliando o embate político entre o PT e veículos de imprensa críticos à gestão petista. Até o momento, o Estadão não respondeu publicamente às declarações da presidente do partido.