Globo defende intervenção dos EUA na Venezuela

Atualizado em 17 de outubro de 2025 às 8:11
Donald Trump e Nicolás Maduro. Foto: reprodução

Em editorial publicado nesta sexta-feira (17), o Globo defendeu a intervenção dos Estados Unidos na Venezuela, ao relativizar a gravidade de uma possível ação militar de Washington contra o regime de Nicolás Maduro. O texto reconhece o histórico de violações americanas na América Latina, mas afirma que “é inegável que se trata de mais um mal decorrente da obstinação tirânica de Maduro”, atribuindo ao líder venezuelano a responsabilidade pela escalada militar entre os dois países.

Confira alguns trechos:

Ainda há inúmeras incógnitas sobre o objetivo real dos Estados Unidos em relação à Venezuela. Nesta semana, Donald Trump reconheceu ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA) em sua campanha contra a ditadura de Nicolás Maduro. (…)

É conhecido e lastimável o longo histórico de intervenções americanas na América Latina — do golpe promovido pela CIA na Nicarágua em 1954 à invasão de Granada em 1983. Seria condenável qualquer violação ao território venezuelano ou operação militar que ameaçasse a soberania de qualquer país do continente. (…)

Eis a única certeza em meio a tantas dúvidas: Maduro se tornou o mais nefasto ditador latino-americano. Levou a agenda chavista ao extremo. Sufocou a imprensa, manietou Judiciário e Legislativo para consolidar seus poderes, corrompeu o Exército por meio da riqueza do petróleo, travou alianças espúrias com organizações criminosas, aumentou miséria, fome e doenças na população, enquanto milhões de venezuelanos fugiram ou tentam fugir do país. (…)

(…) Depois de meses tentando negociar com Maduro, passaram a oferecer recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem a sua prisão e deflagraram a operação militar. Nada disso é normal nem desejável. Mas é inegável que se trata de mais um mal decorrente da obstinação tirânica de Maduro.