
Em editorial publicado nesta sexta-feira (17), o Globo defendeu a intervenção dos Estados Unidos na Venezuela, ao relativizar a gravidade de uma possível ação militar de Washington contra o regime de Nicolás Maduro. O texto reconhece o histórico de violações americanas na América Latina, mas afirma que “é inegável que se trata de mais um mal decorrente da obstinação tirânica de Maduro”, atribuindo ao líder venezuelano a responsabilidade pela escalada militar entre os dois países.
Confira alguns trechos:
Ainda há inúmeras incógnitas sobre o objetivo real dos Estados Unidos em relação à Venezuela. Nesta semana, Donald Trump reconheceu ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA) em sua campanha contra a ditadura de Nicolás Maduro. (…)
É conhecido e lastimável o longo histórico de intervenções americanas na América Latina — do golpe promovido pela CIA na Nicarágua em 1954 à invasão de Granada em 1983. Seria condenável qualquer violação ao território venezuelano ou operação militar que ameaçasse a soberania de qualquer país do continente. (…)
Eis a única certeza em meio a tantas dúvidas: Maduro se tornou o mais nefasto ditador latino-americano. Levou a agenda chavista ao extremo. Sufocou a imprensa, manietou Judiciário e Legislativo para consolidar seus poderes, corrompeu o Exército por meio da riqueza do petróleo, travou alianças espúrias com organizações criminosas, aumentou miséria, fome e doenças na população, enquanto milhões de venezuelanos fugiram ou tentam fugir do país. (…)
(…) Depois de meses tentando negociar com Maduro, passaram a oferecer recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem a sua prisão e deflagraram a operação militar. Nada disso é normal nem desejável. Mas é inegável que se trata de mais um mal decorrente da obstinação tirânica de Maduro.
Q: Why did you authorize the CIA to go into Venezuela?
TRUMP: They have emptied their prisons into the US. Prisoners from mental institutions, insane asylums … pic.twitter.com/QuaDfkNAHK
— Aaron Rupar (@atrupar) October 15, 2025