Globo deveria ter reagido com Glenn como reagiu com Patrícia Campos Mello. Por Jeferson Miola

Atualizado em 19 de fevereiro de 2020 às 0:07
Jornalistas Glenn Greenwald e Patrícia Campos Mello / Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado e Reprodução, respectivamente

Publicado originalmente no blog do Jeferson Miola 

No caso da agressão sexista e criminosa do Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, o jornalismo da Globo agiu com o rigor e a dignidade que deveria ter adotado – mas não adotou – para defender o jornalista Glenn Greenwald, do site The InterceptBrasil.

A Globo repercutiu a agressão de Bolsonaro com a veemência devida no Jornal Nacional, no noticiário da Globo News e de todas emissoras e rádios associadas ou repetidoras; nos sites do G1 e do Globo.com.

Glenn Greenwald, assim como Patrícia Campos Mello, foi vítima de uma incriminação fascista.

Glenn, ao invés de Patrícia, que foi atacada diretamente pelo presidente da República [sic], foi atacado por um procurador Bolsonaro-lavajatista que montou um inquérito farsesco para intimidá-lo.

Naquele grave ataque à liberdade de imprensa e à democracia, contudo, a Globo precisou alguns dias para fazer a 1ª reportagem sobre o ataque do procurador Bolsonaro-lavajatista a Glenn.

É salutar, por isso, que diante do novo ataque à liberdade de imprensa e à democracia, desta vez personificado na competente profissional Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, a Globo tenha reagido prontamente e, o que é ainda melhor, tenha perfilado todos seus funcionários-comentaristas fazendo ordem-unida na condenação ao fascismo bolsonarista.

Fascismo, aliás, que também é misógino e homofóbico. Uma guerra preconceituosa que, em regra, extermina as mulheres.

E, em primeiro lugar, as mulheres negras.