Por Aquias Santarem
Nos últimos dias, a mídia tradicional no Brasil, representada por veículos como Globo, Estadão, Folha de S.Paulo, uniu-se contra youtubers de esquerda, com a finalidade de desmoralizar os comunicadores, fragilizar o governo Lula e conseguir levar adiante seus planos de reaver o monopólio da informação no Brasil. Alegam que há um esquema de “toma lá, dá cá” entre os youtubers e o governo atual, insinuando que estes recebem pagamentos para atacar a mídia tradicional e espalhar desinformação.
O Arquivamento do PL 2630 e a Reação da Mídia Tradicional
A ofensiva da mídia tradicional coincide com o arquivamento do PL 2630, conhecido como o projeto de lei das fake news, que continha dispositivos controversos que poderiam ferir a liberdade de expressão, monitorar plataformas digitais e censurar previamente conteúdos considerados prejudiciais. Esta reação sugere uma tentativa da mídia tradicional de manter seu monopólio da verdade e combater as big techs, vistas por elas como responsáveis pela desinformação.
Manipulação Midiática e Casos Históricos
Não é segredo que existem indivíduos espalhando fake news, mas muitos dos principais disseminadores de desinformação são deputados federais, que frequentemente apresentam opiniões especulativas como verdades. A própria Globo, em várias ocasiões, tentou manipular informações, como nas eleições no Brasil, nas Diretas Já, na eleição de Fernando Collor, no caso da Escola Base, e na construção da imagem de Sérgio Moro como herói, que mais tarde foi desmascarado como um juiz parcial.
Escola Base (1994): Em março de 1994, a Escola Base, em São Paulo, foi acusada injustamente de abuso sexual infantil. A mídia, sem provas concretas, divulgou amplamente as acusações, destruindo a reputação dos proprietários e causando danos irreparáveis. Posteriormente, ficou comprovado que as acusações eram infundadas, mas o estrago já estava feito.
Fernando Collor (1989): Durante as eleições presidenciais de 1989, a Globo foi acusada de manipular o debate entre Lula e Collor, favorecendo este último. A edição do debate no Jornal Nacional gerou controvérsias sobre a imparcialidade da cobertura jornalística.
Operação Lava Jato (2014-2019): O ex-juiz Sérgio Moro foi alçado à condição de herói nacional durante a Operação Lava Jato, com amplo apoio de Globo e Estadão. No entanto, mensagens vazadas posteriormente revelaram que Moro havia colaborado de forma inadequada com os promotores da Lava Jato, comprometendo sua imparcialidade.
Folha de S.Paulo e o Caso PCC (2023): Recentemente, a Folha de S.Paulo publicou uma matéria tentando ligar uma advogada supostamente envolvida com o PCC ao ministro Flávio Dino. A matéria gerou polêmica e foi criticada por falta de provas concretas, sendo vista como uma tentativa de desestabilizar o governo e manchar a reputação do ministro.
SOBRE A QUEDA DE MINISTRO
O portal 247 publicou na época o resultado do ataque da grande mídia ao governo Dilma.
Paulo Henrique Amorim, titular do blog Conversa Afiada, acaba de disponibilizar em seu site 73 grampos da Operação Vegas. Foram publicados ainda em estado bruto (leia mais aqui), sem a devida contextualização. Nas próximas horas, estaremos interpretando todas aquelas conversas sobre as quais temos elementos para apontar o devido contexto.
Uma das conversas, no entanto, é autoexplicativa. Datada de 5 de julho de 2011, mostra como Carlos Cachoeira e Policarpo Júnior, diretor da sucursal brasiliense de Veja, tramaram a queda de Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes.
O Impacto da Mídia Independente e o PL 8889/2017
Os grandes veículos de comunicação estão descontentes com o crescimento da mídia independente no Brasil, que atrai grandes patrocinadores, preferindo investir em plataformas como YouTube. Essa mudança representa uma significativa perda de audiência e receita para os grandes jornais e redes de TV.
Recentemente, Estadão, Folha, O Antagonista e Globo publicaram matérias contra youtubers de esquerda, acusando-os de receber dinheiro do governo para atacar a mídia tradicional. A mídia independente, que se opôs ao golpe e à tentativa de fechamento da própria Globo, é vista como uma ameaça. Os jornais tradicionais criticam youtubers por sensacionalismo nas thumbnails e títulos, prática também comum entre os grandes veículos de comunicação.
Um exemplo dessa ofensiva foi uma matéria do Estadão contra Thiago do Reis, mentindo inclusive que ele ganharia 500 mil por mês só do Youtube e ainda insinuou, sem prova nenhum que o youtuber recebe dinheiro do governo. Eles atacam acusando os influenciadores de fake News mentindo na própria matéria. Como podemos levar a sério alguém que mente num texto que supostamente é contra a mentira?
Ao que tudo indica formou-se uma espécie de Gabinete do Ódio montado pelo jornal Estadão, Folha de São Paulo, jornal o globo e a próprio Rede Globo. O jornalismo da globo já sentiu na pele o que é brincar com a democracia, mas parece que não aprendeu com o próprio erro. Hoje dia 16 de junho, foi a vez do jornal da família Marinho atacarem os influenciadores de esquerda, parece mesmo um plano, cada dia um veículo diferente fazendo a mesma coisa com o mesmo interesse. Hoje o jornal O Globo atacou os influenciadores Ronny Teles, Carlito Neto, professor Leonardo entre outros, dizendo que são propagadores de fake news insinuando novamente que podem receber dinheiro estatal pra atacar a mídia tradicional e espalhar fake News. Isso sem apresentar nenhuma prova do que afirmam, apenas baseando-se nas capas chamativas.
Por trás dessas ações está o PL 8889/2017, apelidado de PL da Globo, que enfrenta resistência dos youtubers. Eles veem no projeto uma tentativa de a Globo e aliados recuperarem o monopólio da informação e tirarem os jornalistas independentes de circulação, além de prejudicar financeiramente as plataformas digitais e os serviços de streaming, como Netflix, Amazon Prime, e Disney+, que têm desafiado a audiência da Globo.
Os ataques de O Globo e outros veículos tradicionais visam desmonetizar os canais informativos independentes, que se tornaram o sustento de muitas famílias. A mudança nas preferências dos anunciantes para plataformas como YouTube tem dado trabalho remunerado a milhões de brasileiros. No entanto, a Globo e o Estadão parecem mais preocupados em proteger seus próprios interesses financeiros, pressionando pela desmonetização desses canais e forçando muitos a abandonarem o jornalismo independente.
O Prejuízo para a Liberdade de Expressão
Estes jornais não estão genuinamente preocupados com a desinformação, mas com a perda de relevância e audiência. A Globo e outros grandes veículos temem ser esquecidos e deixados de lado. No entanto, isso não justifica ataques covardes a quem lutou pela democracia. É injusto colocar todos os criadores de conteúdo independente no mesmo balaio, pois há muitos que trabalham seriamente com humor, entretenimento e informação. As matérias publicadas recentemente visam apenas virar a opinião pública contra os youtubers, que foram fundamentais para barrar o PL das plataformas digitais.
No caso da Escola Base citada neste texto, O jornal Estado de São Paulo e a Rede Globo, SBT foram condenados a pagar indenizações aos acusados. O caso tornou-se referência nas discussões em cursos de direito e jornalismo, como exemplo das consequências trágicas que acusações precipitadas podem ocasionar.
É necessário reconhecer que a mídia tradicional comete erros, mente e pode destruir e arruinar pessoas e não deve monopolizar a opinião pública. É fundamental que a diversidade de vozes e opiniões seja respeitada e protegida, garantindo a liberdade de expressão e o direito à informação plural. Não podemos voltar à era em que existia apenas uma verdade, aquela propagada pelos grandes jornais e redes de TV. A democracia depende da diversidade de informações e da liberdade de expressão para prosperar. A globo e o estadão após a era digital, não vencem mais eleição, mas ainda podem derrubar governos, pressionar políticos e destruir reputações.
No caso das eleições no Brasil como relembra o Memorial da Democracia, após mais de dois anos de peregrinação pelos tribunais, o então governador do Rio, Leonel Brizola, ganha na Justiça direito de resposta de três minutos no “Jornal Nacional”, da TV Globo, no qual havia sido duramente atacado e chamado de senil. A leitura do texto de Brizola por Cid Moreira no telejornal de maior audiência do país representou um momento singular de garantia dos direitos individuais contra o poder dos meios de comunicação privados e da TV Globo em particular.
Na matéria do UOL comentando sobre a confissão do então diretor da Rede Globo Boni o jornal resumiu: Passado de atritos: Lula foi alvo de manipulação no JN após debate em 1989 …
No caso envolvendo as insinuações dos ditos jornais tradicionais contra Flávio Dino caíram por terra.
Abaixo fiz uma listagem de matérias consideradas mentirosas, falsas ou sem comprovação publicadas por jornais que hoje atacam a mídia independente ao redor do mundo:
1. “Proprietários da Escola Base acusados de abuso sexual” – Folha de São Paulo, 1994.
Resumo: Os proprietários de uma escola infantil em São Paulo foram falsamente acusados de abuso sexual, resultando em danos irreparáveis às suas vidas e reputações devido à cobertura sensacionalista da mídia e à condução imprudente das investigações pela polícia.
2. “As armas de destruição em massa no Iraque” – The New York Times e The Washington Post, 2003.
Resumo: Matérias que alegavam a existência de armas de destruição em massa no Iraque, o que foi usado como justificativa para a invasão do país pelos Estados Unidos. Posteriormente, essas alegações se provaram infundadas.
3. “Envolvimento de Claudia Raia em esquema de tráfico de drogas” – Revista Veja, 2000.
Resumo: A atriz brasileira Claudia Raia foi erroneamente implicada em um esquema de tráfico de drogas, o que foi desmentido mais tarde.
4. “Prova de vida extraterrestre em Marte” – The Sun e The Weekly World News, anos 90.
Resumo: Relatos sensacionalistas que alegavam a descoberta de vida extraterrestre em Marte, que não tinham base científica.
5. “Ministro do STF envolvido com o PCC” – Folha de São Paulo, 2023.
Resumo: Alegações infundadas de que um ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro estava envolvido com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma organização criminosa.
6. “Farsa do mensalão” – O Globo e Estadão, anos 2000.
Resumo: Cobertura do escândalo de corrupção no governo brasileiro, que envolvia pagamentos mensais a parlamentares para garantir apoio político. A cobertura teve elementos sensacionalistas e vieses políticos.
7. “Caso da Escola de Base de Guarujá” – A Tribuna de Santos, 1994.
Resumo: Similar ao caso de São Paulo, envolvendo acusações falsas de abuso sexual contra os proprietários de uma escola infantil.
8. “Médico é acusado de estupro de paciente” – Correio Braziliense, 2009.
Resumo: Acusações contra um médico por suposto estupro de uma paciente, que mais tarde foram consideradas infundadas.
9. “Impeachment de Dilma Rousseff baseado em pedaladas fiscais” – O Globo e Folha de São Paulo, 2016.
Resumo: Cobertura do impeachment da então presidente do Brasil, Dilma Rousseff, focando nas chamadas “pedaladas fiscais”, que foram apresentadas como justificativa legal para sua remoção.
10. “Operação Lava Jato: Sérgio Moro e Deltan Dallagnol” – The Intercept Brasil, 2019.
Resumo: Revelações de mensagens vazadas que mostravam colaborações impróprias entre o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol durante a operação Lava Jato.
11. “Escândalo da FIFA” – The Guardian e BBC, 2015.
Resumo: Relatos sobre o escândalo de corrupção envolvendo altos funcionários da FIFA, resultando em várias prisões e mudanças na organização.
12. “Atentado às torres gêmeas foi planejado por Saddam Hussein” – The Wall Street Journal, 2002.
Resumo: Alegações falsas de que Saddam Hussein estava diretamente envolvido nos ataques de 11 de setembro, usadas para justificar a invasão do Iraque.
13. “Madonna grávida de Elvis Presley” – National Enquirer, anos 80.
Resumo: Relatos sensacionalistas e fictícios sobre a cantora Madonna estar grávida do falecido Elvis Presley.
14. “O escândalo do leite adulterado” – The Times, 2008.
Resumo: Relatos sobre a adulteração de leite com melamina na China, que causaram grande pânico e danos à saúde pública.
15. “Vídeo íntimo de celebridade vazado” – TMZ e The Sun.
Resumo: Publicações regulares sobre vídeos íntimos de celebridades que são frequentemente sensacionalistas e invasivos.
16. “Político envolvido em esquema de pedofilia” – Daily Mail.
Resumo: Alegações frequentes e muitas vezes infundadas de políticos envolvidos em esquemas de pedofilia, causando grande repercussão e controvérsia.
17. “Aquecimento global é uma farsa” – The Daily Telegraph.
Resumo: Artigos que negam o aquecimento global, frequentemente ignorando o consenso científico sobre a mudança climática.
18. “Celebridade em reabilitação” – People e US Weekly.
Resumo: Cobertura sensacionalista sobre celebridades entrando em reabilitação, muitas vezes exagerando ou distorcendo os fatos.
19. “Teorias da conspiração sobre vacinas causarem autismo” – The Lancet, 1998.
Resumo: Um estudo publicado na revista científica que erroneamente ligava vacinas ao autismo, causando um impacto negativo duradouro na saúde pública.
Esses exemplos demonstram como a mídia pode influenciar a opinião pública e, em alguns casos, causar danos significativos quando a informação não é verificada ou é apresentada de maneira sensacionalista.
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