Globo faz campanha contra o STF para manter instituições sob seu controle e impedir investigação de seus crimes

Atualizado em 29 de setembro de 2019 às 10:28
O processo de sonegação da Globo, que desapareceu da Receita e o DCM encontrou no subúrbio do Rio

A Globo está em uma campanha intensa para emparedar o Supremo Tribunal Federal e manter a Lava Jato como a última instância do Poder Judiciário, o que, em última análise, representa o poder dela própria.

Para a emissora, é mais fácil manter sob controle os jovens procuradores de Curitiba do que encabrestar todos os experientes magistrados que ocupam a corte constitucional.

Na quinta-feira, foi a edição desonesta da cobertura da sessão do STF, ontem o editorial do jornal e hoje seus colunistas se empenham na tarefa de apresentar o STF como uma ameaça ao que seria o “novo Brasil”.

Qualquer semelhança com o discurso de Bolsonaro não é mera coincidência. A conversa de “novo Brasil” é a arma de ambos para atacar um projeto de desenvolvimento com inclusão social e soberania que deu certo nos governos de Lula e Dilma.

Se a preocupação da Globo agisse, como diz, a defesa de um país sem corrupção, começaria por fazer o dever de casa, já que é grande o passivo dela nessa área, conforme eu mesmo pude testemunhar, em reportagens recentes.

Estive em Road Town, capital das Ilhas Virgens Britânicas, onde a Globo disse que havia uma empresa com direitos de transmissão da Copa do Mundo que ela comprou. Era mentira.

A empresa só existia no papel, e era uma armação da própria família Marinho para não pagar impostos no Brasil.

Flagrada no crime, se safou graças à subtração do processo na Receita Federal por uma funcionária que é dona de um apartamento vizinho ao prédio onde Roberto Marinho tinha uma cobertura.

A Globo deu este endereço nas Ilhas Virgens Britânicas para enganar a Receita

Estive também em Botelhos, perto de Poços de Caldas, onde Roberto Irineu Marinho tem uma fazenda que produz o café Orpheu. Graças a Aécio Neves, o amigo dos Marinhos na época, foi feita uma estrada para desviar o tráfego que cortava a propriedade.

Quando estive lá, vi que a antiga estrada, um bem público, é tratada como se fizesse parte da propriedade. Fui ameaçado pelo administrador, embora me encontrasse num espaço público.

Ele me expulsou de lá e depois colocou quatro homens armados para impedir que eu entrasse em um bem que, repita-se, é público.

A estrada pública que a fazenda de Roberto Irineu Marinho trata como sua

Em Paraty, no litoral fluminense, a família construiu ilegalmente um triplex, em área de proteção ambiental. Instalou  até piscina na areia da praia, um bem público, guardada por seguranças armados.

O processo para obrigar a implosão da mansão se arrasta há mais de oito anos e por ele já passou até a procuradora Mônica Checker, ativista da Lava Jato, crítica contumaz do STF, sem que tenha avançado.

Na última vez que vi o processo, em 2017, a Justiça Federal tentava havia três anos intimar a dona de casa que aparece nos documentos de propriedade do triplex como procuradora dos verdadeiros donos do imóvel, escondidos atrás de uma offshore.

E quem são os donos?

Uma pista apareceu na Lava Jato: ao apreender documentos do escritório Mossack Fonseca, do Panamá Papers, encontrou papéis que ligam o triplex à Paula Marinho, filha de João Roberto Marinho.

A investigação foi abortada.

A piscina que a família Marinho construiu na areia da praia, um bem público

Globo e Lava Jato não estão preocupadas com a corrupção. Usam um instrumento de investigação em nome do Estado para alcançar poder.

No condomínio golpista que se instalou com a derrubada de Dilma Rousseff, cada um tem seu papel, e alguns brigam entre si, como Bolsonaro e Globo.

Mas a Globo não solta a mão da Lava Jato e nisso tem um elo físico. É Luís Roberto Barroso, que era prestador de serviços da emissora e hoje parceiro e uma espécie de tutor de Deltan Dallagnol.

Não estão preocupados com o Brasil. Investem contra ministros do Supremo porque querem fazer do pais refém de seu projeto.

Falam de um novo Brasil, como se as práticas da Globo não fossem a coisa mais antiga deste país, que remetem às capitanias hereditárias.

O Supremo deve se manter firme para não ceder à chantagem. Não precisa brigar com ninguém, basta seguir a Constituição, doa a quem doer.

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Veja o documentário sobre a sonegação da Globo: