Globo perde audiência em diversos horários e promove mudanças na diretoria

Atualizado em 4 de dezembro de 2018 às 16:16

Do F5

Nos últimos dias, dois fatos ligados à Globo acenderam a luz amarela na cabeça de todos que observam e comentam a televisão brasileira.

No dia 22 de novembro, uma quinta-feira, nada menos do que nove programas da emissora perderam no Ibope para a concorrência. Uma semana depois, no dia 29, foram oito. Entre eles, há de tudo: desde fregueses habituais, como o “Vídeo Show”, até títulos tidos como imbatíveis, como o “Jornal Hoje”. Uma novidade na grade – o game show “Os Melhores Anos das Nossas Vidas”, lançado em outubro – chegou a amargar um terceiro lugar na Grande São Paulo.

Claro que essas mudanças não foram provocadas pelos números recentes de audiência: a Globo é como um transatlântico, que se move lentamente, e uma chacoalhada interna dessas devia estar há meses em gestação. Mas é sintomático que aconteça justo no momento em que há, além de tudo, um governo no horizonte que promete ser muito mais simpático à rival Record.

A grosso modo, o declínio da Globo começou há cerca de vinte anos, com o advento da internet e o crescimento da TV paga. A competição também se tornou mais acirrada entre os canais abertos, e derrotas pontuais foram ficando cada vez menos raras.

Desde que virou o milênio, a Globo não repetiu mais o desempenho fenomenal que alcançava desde o início da década de 1970, com programas que chegavam a dar 70, 80 e até 100 pontos no Ibope (o final da novela “Roque Santeiro”, em 1985). Ela ainda é, de longe, o veículo de maior alcance e poderio do Brasil, mas não dita mais sozinha as regras do mercado.

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A Globo vem perdendo em alguns horários para a Record e para o SBT, mas seus executivos sabem que a maior ameaça vem do streaming. Não é por outra razão que a Globoplay anda estreando tantas séries exclusivas, mas o cardápio oferecido pela plataforma ainda é pequeno – sem falar da qualidade técnica, que é sofrível.

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