Globo trata Gilmar e Barroso como merecedores de mimo do neofascismo. Por Moisés Mendes

Atualizado em 29 de julho de 2025 às 22:59
Gilmar Mendes e Luis Roberto Barroso. Foto: Lula Marques/Agência PT

Informação da colunista Bela Megale, em tom depreciativo na capa do Globo:

“Eduardo Bolsonaro tenta excluir Barroso e Gilmar de sanções dos EUA e fazer gesto ao STF”

A jornalista informa: “A Lei Magnitsky (que seria a sanção contra Alexandre de Moraes) permite aos EUA impor sanções econômicas aos ministros, como bloqueio de contas bancárias e de bens que eventualmente possuírem naquele país. A expectativa no grupo de Eduardo é que a punição seja aplicada nesta semana contra Moraes”.

Imaginem a situação de um ministro que fica de fora da sanção e recebe isso como ‘presente’ do fascista foragido nos Estados Unidos, que recomendaria a concessão do mimo.

Imaginem a situação de qualquer integrante da mais alta Corte do país sendo beneficiado por uma concessão americana solicitada por Eduardo Bolsonaro, para beneficiar o pai.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) falando, sério, sem olhar para a câmera, em close
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – Reprodução

A nota é desrespeitosa por isso mesmo. Pela premissa calhorda de que Barroso e Gilmar Mendes poderia se sensibilizar com a ideia de que podem receber agrados de Trump e assim oferecerem melhor tratamento ao chefe do golpe.

O título da mota está sendo reproduzido aqui como mais um exemplo da degradação do jornalismo das corporações.

(Sempre lembrando que Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux já foram agraciados com a preservação de seus vistos por Trump.)

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/