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Sindicatos da oposição à gestão de Josué Gomes na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) publicaram uma convocação, neste domingo (11), para uma assembleia extraordinária no dia 21 de dezembro para discutir a conduta do presidente da instituição. A reunião pode resultar na destituição de Gomes, o que na prática seria um golpe na instituição, ja que Josué foi eleito pela maioria dos filiados.
A plenária já havia sido solicitada pelos sindicatos em outubro. No início de novembro, o presidente da entidade comunicou durante uma reunião da diretoria que não faria a convocação por entender que o pedido não estava detalhado. O grupo fez outro pedido de assembleia no dia 27 de novembro, após detalhar a solicitação, mas a convocação não saiu.
Ao ser questionada sobre o assunto, a Fiesp diz que não se manifesta publicamente sobre assuntos internos.
Os sindicatos já consideravam a auto-convocação, por entender que isso está previsto no estatuto da instituição, mas acreditavam que seria melhor se a assembleia fosse marcada pela direção. Na Fiesp, a perspectiva era de que a convocação ficasse para janeiro.
A movimentação para destituir Gomes é atribuída ao ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf, que ficou 17 anos no comando da entidade da indústria.
Dirigentes do conselho de representantes da Fiesp, que assinaram os pedidos de assembleia, dizem considerar natural que os sindicatos procurem Skaf para falar do tema, mas que a insatisfação com a gestão atual não é um movimento político, tampouco encabeçado pelo ex-presidente.
Mesmo que a assembleia decida pela destituição de Gomes, Skaf não poderá voltar ao posto pelo menos até 2025, quando termina o mandato da atual diretoria. Passaria a presidência para o primeiro vice da Fiesp, Rafael Cervone Neto, que atualmente comanda o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).
No edital publicado neste domingo para a convocação, os sindicatos dizem que a assembleia discutirá a atuação do presidente da Fiesp no que consideram “desvirtuamento dos fins” estabelecidos nos estatutos e “mediante defesa de ideais incompatíveis com os interesses dos sindicatos filiados e com os anseios das categorias industriais representadas.”
Eles consideram que a destituição de Josué não é a única decisão possível da assembleia, mas, para isso, dizem que o presidente da instituição precisará comparecer à plenária e mostrar sua disposição em mudar a relação com os representantes.