Golpistas Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro ameaçam levar Alcolumbre e Motta à Casa Branca

Atualizado em 13 de julho de 2025 às 10:24
Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro

O novo capítulo da chantagem dos golpistas Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, jagunços a serviço do ex-presidente Jair, expõe, com crueza, o nível de degradação institucional a que chegou a relação entre a extrema direita brasileira e o governo dos Estados Unidos sob Donald Trump.

Como um sequestrador, Figueiredo afirma em vídeo que “não há outro caminho” para acabar com as tarifas impostas ao Brasil em nome de livrar o chefão da Justiça.

Ele garante que pode levar Davi Alcolumbre e Hugo Motta diretamente à ala oeste da Casa Branca — a West Wing, onde fica o Salão Oval — para negociar uma saída.

“As vias diplomáticas dos senhores não funcionam mais”, diz ele, orgulhoso de ter sido, junto com Eduardo, “mais efetivo” que o Itamaraty. “É daqui pra baixo”.

O que está em curso é um projeto de extorsão internacional, em que um grupo de bandidos se apresenta como intermediário junto a um presidente estrangeiro em nome de interesses pessoais — não da República. Reportagem do New York Times expôs da articulação desses canalhas junto a Trump.

Um país está refém de criminosos que apresentam exigências que, no fim das contas, servem apenas à proteção de Jair Bolsonaro e seus acólitos.

Ao colocar os nomes de Alcolumbre e Motta nessa engrenagem, Figueiredo tenta envolver o Congresso Nacional numa manobra marginal. Estão farejando medo: há três dias, os presidentes do Senado e da Câmara soltaram uma nota covarde, afirmando que o Congresso Nacional está pronto para “agir com equilíbrio e firmeza” em defesa da economia.

Os traidores contam ainda com governadores oportunistas como Tarcísio, Caiado e Zema. O Estadão publicou editorial neste domingo (13) chamando essa turma de “marionetes” de Bolsonaro.

Esse tipo de declaração não apenas fere a soberania brasileira como expõe um modelo de conluio que replica métodos de organizações criminosas transnacionais. O PCC é amador perto deles.

A submissão de parte da direita brasileira a esse tipo de pressão revela um problema ainda mais profundo: o destino do país, sua política externa e sua economia estão sendo instrumentalizados por uma máfia disposta a tudo para blindar um réu.

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.