González pode ser o Joe Biden da direita venezuelana. Por Moisés Mendes

Atualizado em 30 de julho de 2024 às 7:29
Edmundo González Urrutia, candidato opositor à Presidência da Venezuela – Foto: Reprodução

Edmundo González Urrutia levou um texto escrito para ser lido no ato em que se declarou vencedor da eleição na Venezuela. O candidato da oposição a presidente não conseguia dizer de improviso muita dúzia de frases banais.

Isso o desqualifica como presumido principal opositor de Nicolas Maduro? Com certeza. Um sujeito incapaz de falar espontaneamente o que pensa tem condições de governar um país convulsionado?

Escreveram o texto que González deveria ler questionando a reeleição de Maduro? González, de 74 anos, que fala baixo e não consegue dizer nada de relevante, seria o Joe Biden da direita venezuelana?

O presidente da Venezuela Nicolás Maduro – Foto: Reprodução

Quem falou de improviso ao seu lado foi Maria Corina Machado, a ex-candidata alijada da disputa por corrupção, mas considerada a verdadeira postulante ao caro de presidente.

González é laranja de Corina? Foi ela quem disse no ato de contestação dos resultados que o derrotado havia, na verdade, sido o vitorioso, porque a oposição teria 73% das atas eleitorais.

Corina afirmou, ao lado de González, que eles tinham as somas de votos de cada seção, que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) se negava a divulgar. E falava pertinho do candidato, como se o protegesse e como se ela, e não ele, fosse o líder da pretensa derrota do chavismo.

É uma situação esdrúxula, porque os venezuelanos teriam eleito um senhor de 74 anos, que até abril ninguém sabia quem era. Que estava em casa aposentado e de pijama e que nunca teve protagonismo na política do país.

O homem que precisou ler obviedades, para se dizer eleito, está no centro da mais dramática disputa política da América do Sul desde o golpe contra Evo Morales em 2019.

O resto já se sabe. No Brasil, a turma que contesta os resultados da eleição reúne de Hamilton Mourão a Luciano Huck, passando por Monark, Tabata Amaral e Kim Kataguiri. E tem gente da esquerda de braços dados com essa turma.

Originalmente publicado em Blog do Moisés Mendes

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Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/