
Governadores de extrema-direita anunciaram nesta quinta-feira (30) a criação do “Consórcio da Paz”, uma aliança entre estados voltada à integração das políticas de segurança pública. A iniciativa partiu do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e foi discutida em reunião no Palácio Guanabara com a presença de Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Jorginho Mello (PL-SC) e Eduardo Riedel (PP-MS). O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) participou por videoconferência e o Distrito Federal foi representado pela vice-governadora Celina Leão (PP).
Castro propôs que o consórcio tenha sede no Rio de Janeiro e sirva como fórum de troca de experiências e soluções conjuntas entre os estados. “A ideia é dividir experiências, somar esforços e buscar soluções integradas”, declarou o governador. O grupo defende que a cooperação ocorra em áreas como inteligência, contingente policial e financiamento de operações.
Segundo Jorginho Mello, o objetivo é que o projeto não se restrinja aos estados presentes na reunião. “Queremos integrar todos os 27 estados, se possível. O consórcio da paz deve unir o país em torno da segurança pública”, afirmou o governador de Santa Catarina.

A criação do consórcio surge em meio ao debate sobre a PEC da Segurança Pública, proposta pelo governo federal sob a liderança do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. A medida busca ampliar a coordenação da União sobre as políticas de segurança, o que tem gerado resistência entre governadores. Ronaldo Caiado, de Goiás, disse que o consórcio estadual tem foco na integração “em um momento emergencial”, e acusou o governo federal de tentar “retirar dos governadores o comando da segurança”.
Caiado também criticou a atuação de Brasília no setor. “Não temos dificuldade com integração. Temos dificuldade é com a ausência do governo federal”, afirmou, em referência às recentes operações policiais no Rio de Janeiro e às divergências sobre a PEC.
O “Consórcio da Paz” deverá formalizar seu estatuto nas próximas semanas e deve ser apresentado oficialmente como uma alternativa à centralização federal proposta pela PEC da Segurança. A expectativa é que o grupo atue em ações conjuntas de inteligência, troca de informações entre polícias estaduais e formulação de políticas de combate ao crime organizado.

