
Governadores de direita aliados de Jair Bolsonaro (PL) evitaram comentar o vídeo em que o ex-presidente admite ter violado a tornozeleira eletrônica. O registro começou a circular por volta das 16h de sábado (22), e, até o final de domingo (24), nenhum deles voltou às redes para tratar do caso.
Antes da divulgação das imagens, Cláudio Castro (PL), Jorginho Mello (PL), Ratinho Jr. (PSD), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) haviam publicado mensagens de apoio a Bolsonaro ao longo da manhã de sábado. O post mais enfático foi o de Zema, às 15h26, afirmando que a “Justiça hoje no Brasil é utilizada apenas como arma de perseguição ideológica”.
A Justiça hoje no Brasil é utilizada apenas como arma de perseguição ideológica.
A Lei legitima a tirania. Bastiat já falava isso séculos atrás. É a história se repetindo. pic.twitter.com/u1u6X7gyFw
— Romeu Zema (@RomeuZema) November 22, 2025
Depois da viralização do vídeo, a única movimentação fora desse padrão foi a de Jorginho Mello, que às 10h45 deste domingo publicou apenas um anúncio sobre a construção de um hospital em Palhoça (SC). Já Caiado não se pronunciou devido à internação após uma arritmia cardíaca. Seus perfis divulgaram boletins médicos; antes disso, às 13h24 de sábado, ele havia dito que a prisão de Bolsonaro era “mais um triste capítulo da vida política nacional”.
Mais um triste capítulo da vida política nacional. pic.twitter.com/2vrkxoKJ6o
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) November 22, 2025
A prisão do ex-presidente foi decretada por Alexandre de Moraes, ministro do STF, após pedido da Polícia Federal — que apontou risco de tumulto e possível fuga por causa da vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no condomínio onde o pai cumpria prisão domiciliar. A decisão também considerou a tentativa de Bolsonaro de violar a tornozeleira eletrônica, ato admitido por ele à Secretaria de Administração Penitenciária e confirmado no vídeo divulgado.

Na audiência de custódia, Bolsonaro alegou que uma “alucinação” e uma “certa paranoia” o fizeram acreditar que havia uma escuta no equipamento, motivando a tentativa de romper a tornozeleira entre a noite de sexta e a madrugada de sábado. A defesa reforçou a tese de “confusão mental” e afirmou que ele não tinha intenção de fuga, pedindo nova prisão domiciliar humanitária. A prisão preventiva foi mantida, e Moraes ainda analisará o pedido de reconsideração.