Governo apura denúncia de 30 jovens Yanomami grávidas de garimpeiros

Atualizado em 3 de fevereiro de 2023 às 14:00
Créditos: MICHAEL DANTAS / AFP

Na manhã desta sexta-feira (3), durante entrevista à GloboNews, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, o professor e advogado Silvio Almeida, informou que o governo federal está apurando a denúncia de que 30 meninas Yanomamis foram abusadas e engravidaram de garimpeiros ilegais nas terras indígenas. O Ministério Público Federal (MPF) irá investigar o caso.

Com a denúncia, a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Sndca) estima que há ao menos 30 adolescentes grávidas dos garimpeiros ilegais. As investigações ainda estão sendo feitas no território.

Segundo o ministro, a informação foi obtida a partir de um relato feito pela equipe dele, que esteve nos territórios indígenas em Roraima. O objetivo da equipe, primordialmente, era de ouvir os yanomamis e colher relatos sobre o que está acontecendo. A pasta irá fazer um grande relatório sobre a violação dos direitos humanos na crise humanitária.

“Estamos fazendo um relatório de violação de direitos humanos neste contexto, e a Secretaria Nacional da Criança e do Adolescente, ao colher as informações, chegou a informação de que haveria ao menos 30 adolescentes grávidas dos garimpeiros”, informou o ministro.

A equipe do ministro foi uma das primeiras que organizaram reuniões com lideranças locais para identificar os problemas vivenciados pelo povo. Depois que foram ouvidos, os secretários informaram que os indígenas vivem um “cenário de insegurança” no território.

Com a nova suspeita, segundo o g1, o ministério deverá ouvir as pessoas envolvidas. Os relatos sobre garimpeiros que estupram mulheres e meninas yanomamis já foram citados por lideranças em outros relatórios sobre os invasores na reserva.

“Vamos pegar os relatos, ouvir as pessoas, e assim que completos os relatos, que temos que ouvir com muito cuidado e responsabilidade, nós vamos enviar isso para as autoridades competentes para que aja investigação”, encerrou o ministro.