Governo autoriza envio de líderes do CV a presídios federais e descarta GLO

Atualizado em 28 de outubro de 2025 às 23:50
Os ministros Rui Costa e Ricardo Lewandowski. Fotomontagem

O governo Lula autorizou nesta terça-feira (28) a transferência de cerca de dez integrantes do Comando Vermelho para presídios federais de segurança máxima. A decisão foi tomada após um pedido do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), durante reunião emergencial convocada pelo governo federal para tratar da operação que deixou mais de 60 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.

Segundo informações do Planalto, o pedido de Castro foi feito diretamente ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, e aprovado após consulta ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. O ministro Ricardo Lewandowski deu aval imediato à medida, considerada necessária para conter possíveis retaliações após a operação.

Durante o encontro, que contou com a presença do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e dos ministros Gleisi Hoffmann, Macaé Evaristo, Sidônio Palmeira e Jorge Messias, as autoridades federais confirmaram que o governo do Rio não fez nenhum pedido prévio de apoio federal antes da ação. O Planalto reforçou que não foi consultado sobre o uso de blindados nem sobre a execução da operação.

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) falando em microfone
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) – Reprodução

De acordo com auxiliares do governo, a possibilidade de decretar uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi descartada neste momento. Fontes do Planalto afirmam que a medida só será cogitada em último caso e mediante decisão direta do presidente Lula, que retorna de viagem internacional nesta quarta-feira (29).

Também foi definido que Rui Costa e Ricardo Lewandowski viajarão ao Rio para acompanhar pessoalmente os desdobramentos da crise e discutir com o governo estadual estratégias de cooperação. O encontro deverá abordar o envio de presos a unidades federais e o reforço nas ações de segurança e inteligência.

Integrantes do governo Lula classificaram as declarações de Castro como “exploração política” e afirmaram que o governador tenta transferir responsabilidades ao governo federal. Três das quatro operações mais letais da história do Rio ocorreram sob sua gestão, incluindo a desta semana, considerada a mais violenta do estado.