Governo Bolsonaro é um Talibã jabuticaba: são medievais, mas adoram os EUA. Por Afrânio Silva Jardim

Atualizado em 5 de maio de 2019 às 10:49
Bolsonaro e o ministro da Educação, Abraham Weintraub — Foto: Casa Civil, PR

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO FACEBOOK DO AUTOR

Julgo podermos encontrar muitas semelhanças entre o atual governo do Brasil e os credos e práticas do grupo minoritário chamado de Talibã, que busca retroceder o Afeganistão à Idade Média.

Como lá, aqui a ignorância e a desconstrução da história passaram a ser coisas do nosso cotidiano.

Assim, o ensino fundamental em ambiente domiciliar, além de absolutamente ineficiente, busca retirar as crianças das escolas e evitar a sua socialização. Busca-se uma doutrinação religiosa, pois as Igrejas serão o “lar” destas famílias “piedosas”…

O ataque às universidades públicas, com corte de 30% ou mais em seus minguados orçamentos, pode ser uma outra semelhança com aquele projeto obscuro do Afeganistão, hoje na clandestinidade.

O fundamentalismo religioso e o nacionalismo fanático seriam outras coincidências??? E o “uso da pólvora quando acaba a saliva” teria alguma relação com as práticas violentas do nefasto Talibã ???

Na verdade, em qualquer fundamentalismo religioso, o conhecimento e o saber são tidos como absolutamente subversivos. Ciências humanas e filosofia só servem para atrapalhar … (sic)

Certamente, são especiais coincidências: a desvalorização social da mulher, a repugnância a qualquer referência a sexo, a discriminação dos estrangeiros, dos homossexuais, dos adeptos das religiões de origem africana, bem como a discriminação das demais minorias étnicas e sociais. O preconceito expulsa o raciocínio lógico e dialético.

Questionar também é subversivo para os autoritários. A consciência crítica atrapalha o seu projeto de dominação retrógrado.

Lamentavelmente, um aspecto negativo que distingue o “nosso Talibã” do originário é que o nosso adora o “Império Norte Americano” e se coloca, espontaneamente, subserviente a ele e a todos os seus interesses.

Outra diferença: ao que me consta, os Talibãs de lá não cultivam tantos “laranjais” como o nosso. Os nossos “homens de bem”, que de bem, não têm nada … É tudo uma farsa, pois são falsos moralistas, que se utilizam de estratégias que foram muito úteis ao fascismo no passado.

Incrível como aqueles de pensamento liberal, no sentido econômico e político, não perceberam o perigo que estamos passando e ajudam estes embusteiros e fundamentalistas a destroçar o valores democráticos, forjados pelo nosso difícil, doloroso e inacabado processo civilizatório.

Democracia ou barbárie !!!