
Quatro itens dados pela ditadura da Arábia Saudita ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram incluídos formalmente na lista de presentes recebidos e colocados no acervo do país. No mesmo dia, o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e sua comitiva voltaram ao país com joias ilegais avaliadas em 16,5 milhões, no entanto, elas não constam na listagem.
Uma lista elaborada pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica, vinculado diretamente ao Gabinete Pessoal do presidente da República, na qual o jornal O Globo teve acesso, enumera todos os 9.103 presentes recebidos e colocados no chamado “acervo museológico” durante toda a gestão do ex-capitão.
O levantamento mostra que no dia em que o ex-ministro de Bolsonaro e sua equipe voltaram ao Brasil, ingressaram na relação um manto, um lenço, um broche e uma escultura dados pela Arábia Saudita. Também havia uma estátua de cavalo na mochila de um assessor de Albuquerque, entretanto, não se sabe se é a mesma escultura mencionada na lista.

Uma segunda caixa de joias ficou guardada no cofre do Ministério de Minas e Energia por mais de um ano até chegar ao acervo da Presidência da República. O material entrou no Brasil sem ser declarado, já que Albuquerque trouxe o estojo em suas malas pessoais. Os itens aparecem na listagem.
O governo ou autoridades sauditas enviaram presentes em 27 ocasiões durante a gestão Bolsonaro. Já entidades privadas sauditas presentearam o ex-capitão por três vezes.