Governo Bolsonaro será herança maldita, diz Estadão

Atualizado em 3 de maio de 2022 às 12:32
Bolsonaro deixará "herança maldita" a sucessor
Presidente Jair Bolsonaro
Foto: Adriano Machado

O Estadão publicou editorial nesta terça-feira (03), indicando que o sucessor de Jair Bolsonaro (PL) receberá uma herança maldita para administrar. Os rombos nos cofres públicos, além das políticas abandonadas ao longo do governo fazem parte da situação complexa que viverá o próximo presidente eleito.

Uma conta de pelo menos R$ 82,3 bilhões será deixada pelo atual governo para quem assumir a Presidência da República em 1.º de janeiro, afirmou Estadão. Essas contas são resultados de diversas ações do governo. “Sua campanha de reeleição, extremamente cara, tem sido e continuará, nos próximos anos, sendo financiada com recursos públicos. A soma inclui R$ 41 bilhões da parcela complementar do Auxílio Brasil, R$ 12 bilhões do reajuste dos servidores, R$ 1,9 bilhão do auxílio-gás e R$ 27,4 bilhões de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).”

Os valores são de medidas mal planejadas e “improvisadas” do governo bolsonarista, segundo o editorial. Nunca houve, nesse período, um plano de governo, com metas, programas e projetos articulados. Nem a saúde fiscal, uma bandeira sustentada com razoável constância pela equipe econômica, tem sido levada em conta, normalmente, nas decisões do presidente. Mesmo com alguma resistência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acabou geralmente acatando as pretensões de seu chefe”, enfatizou o texto.

O veículo afirmou que algumas decisões de concessões de auxílios e benefícios foram atos positivos do governo, mas nunca ligados a projetos de desenvolvimento na economia do país.

“Algumas decisões, como o pagamento do auxílio-gás às famílias pobres, são defensáveis, mas nunca foram integradas em programas de desenvolvimento econômico e de inclusão social. Nem poderiam ter sido, porque programas desse tipo nunca foram formulados. Tributos foram cortados, ocasionalmente, para conter aumentos de preços ou para beneficiar o sistema produtivo. Mas foram sempre soluções tiradas de algum bolso de colete”, reiterou a publicação.

Além disso, boa parte do mandato futuro pode ser afetado pelas dívidas desses últimos 4 anos. “O quadro poderá ser menos tenebroso, em 2024, se o presidente eleito tiver um plano crível de correção fiscal e de desenvolvimento”.

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