Governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente joias avaliadas em R$ 16,5 milhões ao Brasil

Atualizado em 3 de março de 2023 às 22:09
A primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O governo de Jair Bolsonaro tentou trazer joias avaliadas em R$ 16,5 milhões (3 milhões de euros) ao Brasil ilegalmente. Os itens eram um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. A informação é do Estadão.

As joias foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Um militar que atuava como assessor de Bento Albuquerque carregava um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamante em sua mochila. O então ministro de Minas e Energia esteve na comitiva do presidente no país em outubro de 2021.

Após saber da apreensão das joias, o ministro foi à área da alfândega e tentou usar seu cargo para liberar os diamantes. Ele tentou justificar que o conjunto era um presente do governo saudita para Michelle, mas a Receita Federal reteve os itens, já que é obrigatório declarar qualquer bem que entre no país que passe de US$ 1 mil.

As peças apreendidas:

Obra oferecida a Michelle Bolsonaro pelo governo saudita. Reprodução: Twitter
Joia oferecida a Michelle Bolsonaro pelo governo saudita. Reprodução: Twitter
Escultura doada pelo governo Saudita à Michelle Bolsonaro.Reprodução: Twitter

Em novembro de 2021, a Petrobras havia vendido a refinaria Landulpho Alves, na Bahia, por US$ 1,8 bilhão ao grupo saudita Mubadala Capita.

Colar e relógio dados de presente à Michelle Bolsonaro pelo governo saudita.Fotomontagem

Nos últimos dois meses de governo Bolsonaro, o ex-presidente tentou quatro vezes reaver as pedras, mas fracassou. Ele usou militares e três ministros (Economia, Relações Exteriores e Minas e Energia), mas não conseguiu recuperar as joias que seriam para a então primeira-dama.

A última tentativa ocorreu a três dias do fim de seu mandato. Um funcionário do governo pegou um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e desembarcou no aeroporto, dizendo que estava lá para retirar as joias. Identificado como “Jairo”, ele argumentou que “não pode ter nada do governo antigo pro próximo, tem que tirar tudo e levar”.

O próprio presidente chegou a enviar um ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que os bens fossem destinados à Presidência da República.

As joias estavam dentro de uma escultura de cavalo de aproximadamente 30 centímetros, dourada, com as patas quebradas. As malas passaram pelo raio x e agentes da Receita decidiram checar o conteúdo da escultura e encontraram os itens acompanhados de um certificado de autenticidade da marca Chopard.

A única forma de recuperar as joias apreendidas seria pagando o imposto de importação, que equivale a 50% do valor estimado dos itens, além de uma multa de mais 25% por tentar entrar com eles no país de forma ilegal. Ou seja, Bolsonaro teria que desembolsar cerca de R$ 12.375 milhões.

 

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link