O governo da Bolívia acusou o ex-presidente Evo Morales de encenar um “teatro” em relação ao atentado contra sua vida, no último domingo (27), afirmando que os tiros disparados contra seu carro ocorreram após ele tentar furar um posto de controle da polícia.
“Morales, ninguém acredita no teatro que o senhor encenou”, disse Eduardo del Castillo, ministro do Interior da Bolívia, que ainda acusou o ex-mandatário de uma “tentativa de assassinato” de um policial.
O incidente ocorreu na região do Chapare, um reduto político de Morales, onde ele afirmou ter recebido 14 disparos, embora tenha saído ileso, com apenas seu motorista sendo ferido. Morales, após o incidente, culpou o governo de Luis Arce, seu ex-ministro da Economia, agora rival político.
O ex-presidente Evo Morales sobrevive a uma tentativa de assassinato em Shinahota, na Bolívia. Foram dados 14 tiros contra o veículo em que ele viajava, deixando o motorista com ferimentos.
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— Área Militar (@areamilitarof) October 27, 2024
“Se Luis Arce não deu as ordens para nos matar, ele deve demitir e processar imediatamente seus ministros de Defesa e de Governo, Edmundo Novillo e Eduardo Del Castillo”, escreveu o ex-presidente boliviano nas redes sociais. O governo de Arce prometeu uma “investigação imediata e minuciosa” para apurar os fatos, já que o caso intensificou a tensão social e política na Bolívia.
Além disso, Morales denunciou o ataque à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), alegando ser alvo de “agentes do Estado”.
A presidente do México, Cláudia Sheinbaum, expressou solidariedade a Morales e condenou o incidente, apelando à paz e à resolução política das diferenças. “A política existe para isso, para evitar a violência”, afirmou Sheinbaum, reiterando seu apoio ao ex-presidente.
Os governos da Colômbia, Cuba, Venezuela e Honduras também manifestaram solidariedade a Morales e condenaram a situação. Por outro lado, o vice-ministro de Segurança Cidadã, Roberto Ríos, não descartou a possibilidade de um “autoatentado” por parte do ex-presidente. O Comando-em-Chefe das Forças Armadas negou envolvimento no suposto ataque e pediu “calma” a seus apoiadores, que ameaçaram tomar os quartéis.
Morales afirmou que o incidente aconteceu enquanto o governo estava reativando operações conjuntas entre a polícia, o exército e forças paramilitares para romper bloqueios de estradas que já duram 14 dias, especialmente no departamento de Cochabamba. Ele alegou que os tiros foram disparados por homens “encapuzados”.
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