Governo de extrema-direita do Equador invade embaixada do México e prende ex-vice-presidente

Atualizado em 6 de abril de 2024 às 7:49
Militares são vistos ao lado de fora da Embaixada do México em Quito, em 5 de abril de 2024. Foto: Karen Toro/Reuters

Na sexta-feira (5), a Polícia do Equador invadiu a Embaixada do México em Quito e prendeu o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, condenado a seis anos de prisão por suspeita corrupção em um caso envolvendo a Odebrecht. Glas havia recebido asilo político do governo mexicano.

Segundo informações da Secretaria de Comunicação da Presidência, Jorge Glas Espinel, que é vítima de lawfare, foi detido e está agora à disposição das autoridades competentes.

As cenas mostradas pela mídia local revelaram a entrada de agentes na embaixada, que estava cercada por policiais e militares do lado de fora, num esforço para deter o ex-vice-presidente, de acordo com reportagem da Agência France Presse.

A invasão da embaixada por parte do governo de extrema-direita de Daniel Noboa provocou a suspensão das relações diplomáticas entre México e Equador.

A crise diplomática entre os dois países teve início quando o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, fez comentários considerados “infelizes” sobre as eleições equatorianas de 2023. Na ocasião, Obrador comparou o assassinato de um candidato equatoriano à violência eleitoral no México. Segundo o G1, isso levou o Equador a declarar a embaixadora mexicana “persona non grata”.

No dia seguinte à declaração, o governo mexicano anunciou que havia concedido asilo político a Jorge Glas, que estava na embaixada desde dezembro de 2023. Em resposta, o Equador acusou o México de violar acordos de asilo político e pediu permissão para prender Glas dentro da embaixada. Jorge Glas enfrenta acusações de desvio de fundos públicos destinados à reconstrução de vilarejos costeiros após um terremoto devastador em 2016.

Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, e Daniel Noboa, presidente do Equador. Foto: reprodução

Até que, durante a noite de sexta-feira, a polícia invadiu a Embaixada do México em Quito, arrombando as portas externas. A ação levou o México a suspender imediatamente as relações diplomáticas com o Equador.

Em resposta, o encarregado da Embaixada do México no Equador, Roberto Canseco, afirmou que houve um “atropelo ao direito internacional”. “Como criminosos, invadiram a Embaixada do México no Equador. Isso não é possível. Não pode ser. É uma loucura”, disse Canesco.

Nas redes sociais, o presidente mexicano afirmou que a “violação do direito internacional e da soberania” de seu país seria passível do fim da relação diplomática. “Instruí o nosso chanceler a emitir uma declaração sobre este ato autoritário, proceder legalmente e declarar imediatamente a suspensão das relações diplomáticas com o governo do Equador”, escreveu López Obrador.

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