
A Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou neste sábado (4) a segunda morte por intoxicação por metanol no estado. A vítima é um homem de 46 anos, morador da capital paulista, que havia sido internado após consumir bebida alcoólica adulterada. A confirmação eleva para duas as mortes oficiais em São Paulo e reacende o alerta das autoridades sobre o avanço da contaminação por bebidas falsificadas no país.
Pela manhã, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, havia informado apenas um óbito confirmado no Brasil, também em São Paulo, e anunciou a compra emergencial de antídotos para tratar as vítimas. A Polícia Civil agora investiga se a bebida ingerida pela segunda vítima foi falsificada ou se o metanol foi usado indevidamente na limpeza das garrafas.
Segundo o governo estadual, há 162 registros de intoxicação por metanol em São Paulo, sendo 14 casos confirmados e 148 em investigação, incluindo sete mortes suspeitas — quatro na capital, duas em São Bernardo do Campo e uma em Cajuru. O primeiro óbito confirmado foi o do empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, que morreu em 16 de setembro após ingerir bebida contaminada.
Os relatos das vítimas e familiares revelam o impacto da crise. Em São Paulo, Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após consumir caipirinhas com vodca em um bar nos Jardins. Em São Bernardo, Bruna Araújo, de 30 anos, está internada em estado grave após um show. Já o jovem Rafael Anjos Martins, de 28, permanece em coma desde o início de setembro, após beber gin adulterado comprado em uma adega da Zona Sul.

Casos semelhantes também foram registrados em outras regiões. O advogado Marcelo Lombardi, de 45 anos, morreu após ingerir vodca adulterada no bairro do Sacomã, e Wesley Pereira, de 31, está internado desde agosto, após consumir whisky contaminado em uma festa. As vítimas relatam sintomas como cegueira, convulsões e coma, típicos da intoxicação pelo metanol — substância industrial usada em solventes e combustíveis, altamente tóxica ao organismo.
De acordo com o Ministério da Saúde, há registros de casos suspeitos em 12 estados, incluindo Pernambuco, Bahia, Goiás e Pará. O governo federal afirma que está monitorando a situação e reforçando a distribuição de antídotos como o fomepizol para hospitais de referência. As autoridades de São Paulo seguem investigando a origem das bebidas adulteradas e alertam a população para não consumir produtos de procedência duvidosa.