A pressão de policias federais insatisfeitos com o reajuste de 5% que o governo de Jair Bolsonaro (PL) pretende conceder aos servidores a partir de julho de 2022, tem levado o Executivo a pensar em uma nova proposta.
Uma das hipóteses em análise é um aumento gradativo aos profissionais de segurança, mantendo os 5% para todo o funcionalismo público. No entanto a possível medida ainda bate de frente com a resistência no Ministério da Economia, já que este considera que reajustes diferentes em ano eleitoral possam ser enquadrados como cooptação para ganhar votos de uma categoria.
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o reajuste salarial linear de 5% para todos os servidores do funcionalismo público federal. De acordo com o ministro, essa correção é a alternativa “eleitoralmente factível” para o Bolsonaro.
Na última sexta-feira (22), criou-se um clima de tensão entre delegados da polícia federal e o ministro da economia Paulo Guedes. A ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), publicou uma nota repudiando à fala do ministro da Economia. Em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (21), o ministro afirmou que a Lei Eleitoral impede o governo de conceder o aumento, o que fez com que ele fosse chamado de mentiroso.
Segundo ele, o reajuste pode ser visto como um favorecimento de um grupo, assim, uma tentativa de aumentar os votos em determinada categoria. De acordo com eles, a fala de Guedes é errada.
“A ADPF mantém seu comprometimento com a verdade e reforça a cobrança para que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, honre o compromisso feito publicamente de promover a reestruturação das forças policiais ligadas ao Ministério da Justiça. Um ministro não pode estar acima do compromisso firmado por um Presidente”, destacou o documento.