Governo investiga mais de 300 mil solicitações de Auxílio Reconstrução no RS

Atualizado em 12 de julho de 2024 às 22:26
Enchente em Encantado, cidade do Rio Grande do Sul. Foto: Silvio Avila/AFP

O governo está investigando mais de 300 mil solicitações de Auxílio Reconstrução após as enchentes no Rio Grande do Sul por suspeitas de irregularidade, segundo relatório obtido pelo Jornal Nacional.

O relatório aponta que, dos mais de 600 mil pedidos recebidos, quase metade caiu na malha fina. Segundo o documento, 150 mil pessoas não moram nas áreas afetadas pelas inundações, 152 mil não tiveram endereço confirmado e 2,7 mil solicitaram o auxílio em mais de uma cidade.

Os casos suspeitos estão em análise e ainda não tiveram o pagamento liberado. Segundo o governo, um mesmo cadastro pode apresentar múltiplas irregularidades ou inconsistências de dados.

“Se esta pessoa tentou cadastrar duas ou três famílias do mesmo endereço, ela não vai conseguir. Primeiro, porque nós temos o dado do Censo. Ele é bem atual, que mostra que naquele endereço tem uma residência. Segundo: nós temos a conta de luz, nós temos a conta d’água, nós temos o cartão do SUS, nós temos o CadÚnico, nós temos os dados da Receita Federal”, disse o ministro para Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta.

“Se a pessoa não comprovar, através de um documento público, que aquele endereço é o endereço onde ela efetivamente reside, ela não recebe”, continuou.

Ministro para Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O Auxílio Reconstrução, no valor de R$ 5,1 mil, é destinado às famílias afetadas pelas enchentes de maio no estado gaúcho. O relatório do Ministério da Reconstrução também revelou que golpistas usaram os nomes de mais de 1,2 mil pessoas mortas para solicitar o benefício.

“É lamentável que, em uma situação como essa, a gente tenha que enfrentar essa tentativa de fraude, que é tirar o dinheiro das pessoas que mais precisam na hora que elas mais precisam”, afirmou Pimenta.

De acordo com a Prefeitura de Canoas, Junior Cechinel tentou burlar o sistema ao alegar que mora em uma casa que tem outro dono. A Polícia Penal do Rio Grande do Sul confirmou que, durante as enchentes, ele estava preso por furto em Osório.

Cechinel oferece endereços para inscrição no auxílio em troca de R$ 550.

A fraude também atinge outros programas, como o auxílio da Prefeitura de Canoas para microempreendedores. Dienifer Massena, ex-dona de um salão de beleza fechado em dezembro de 2023, tentou obter o auxílio alegando que a enchente destruiu seus equipamentos, apesar de o local estar alugado desde janeiro.

“Nós identificamos que essa empresa não está mais no local. Existe, hoje, atualmente, uma nova empresa naquele endereço. Ela já está sumariamente desclassificada”, informou Melchiades Neto, secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação de Canoas.

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