
A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou nesta sexta (19) que o governo federal extinguiu mais de 44,5 mil cargos públicos desde 2023. Segundo ela, os postos eliminados foram classificados como “obsoletos”, muitos deles criados ainda nas décadas de 1970 e 1980, como datilógrafo, ascensorista, motorista e auxiliar de enfermagem.
De acordo com a ministra, esses cargos não tinham concursos há anos e não atendiam mais às demandas atuais do serviço público. A medida integra um processo de modernização da máquina estatal, que busca adequar o quadro de servidores às necessidades contemporâneas da administração.
Além dos cargos já extintos, o governo prevê a eliminação de outros 21,6 mil postos, principalmente na área da educação, que ainda estão ocupados. A ideia é que, conforme fiquem vagos, sejam transformados em funções mais amplas e adaptáveis, em vez de permanecerem extremamente específicas.
Esther explicou que o modelo será de “transversalização”, em que os cargos deixam de ser restritos a funções muito delimitadas e passam a abranger áreas mais amplas, facilitando o remanejamento e a reposição de servidores conforme a necessidade de cada órgão.

Um exemplo citado pela ministra foi o da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que não tem muitos cargos vagos, mas precisava abrir novo concurso. O governo conseguiu remanejar vagas da saúde e transformá-las para atender às demandas do órgão regulador.
Ela destacou que esse processo evita a criação de cargos novos, reduz gastos e aumenta a eficiência da gestão. “A gente foi detectando cargos que não têm concursos há muitos anos, cargos que a gente sabe que não vai mais precisar”, afirmou.
Esther afirmou que, no governo federal, a contratação de servidores tem sido menor que o número de desligamentos, o que contribui para uma redução gradual do quadro.