Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira (29), o governo do presidente Lula (PT) afirmou que “acompanha com atenção o processo de apuração” das eleições presidenciais na Venezuela. O atual presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor com 51,2% dos votos.
De acordo com o comunicado, o Brasil “saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela”, mas afirma que vai aguardar uma “verificação imparcial dos resultados”, com a publicação dos “dados desagregados” pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.
Com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 5,150 milhões de votos (51,2%), enquanto seu principal adversário, Edmundo González Urrutia, conseguiu 4,445 milhões (44,2%).
Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, comentou nesta segunda-feira (29) o processo eleitoral no país vizinho, onde atuou como observador internacional.
Amorim manifestou cautela em relação ao resultado oficial. “O fato principal que nos leva a ser cauteloso é que não deram o resultado público mesa por mesa, porque o governo deu até agora é um número, mas tem que mostrar como chegou nesse número: ata por ata”, disse ele ao Blog da Andréia Sadi, do G1.
Amorim sublinhou que não está disposto a afirmar que houve fraude nem a garantir que tudo está correto. “Não sou daqueles que reconhece tudo o que é dito, mas também não vou entrar numa de dizer que foi fraude. É uma situação complexa e queremos um regime democrático para a Venezuela de forma pacífica”, completou.
Como observador em Caracas, Amorim destacou que um aspecto positivo foi a calma durante o processo eleitoral. “Não houve, que eu saiba, nenhum grande incidente. Mas vamos esperar, pois o governo prometeu que daria acesso às atas”, concluiu.
Leia a íntegra da nota do Itamaraty sobre as eleições venezuelas:
O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração.
Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados.
Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito.