
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) antes de divulgar sua nota oficial em resposta à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump na quarta-feira (9). Com informações da coluna de Bela Megale no jornal O Globo.
Segundo relatos dos próprios magistrados da Corte, os diálogos ocorreram por telefone e tiveram como objetivo discutir o tom que o governo brasileiro adotaria na reação pública ao anúncio norte-americano.
De acordo com os ministros, Lula manteve contato com diversas autoridades do STF, incluindo Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso. Nas conversas, o presidente indicou que responderia diretamente a Trump, reforçando que o Brasil aplicará a lei da reciprocidade tarifária, caso não haja recuo por parte dos Estados Unidos.
Além disso, o petista destacou que a defesa da soberania nacional será central em qualquer manifestação oficial do governo federal sobre o tema. Os ministros que participaram das conversas avaliaram positivamente o posicionamento do presidente, destacando que ele adotou um tom adequado diante da gravidade da crise diplomática provocada pelo governo norte-americano.

Para os integrantes do STF, a resposta brasileira deve continuar sendo conduzida pelo Poder Executivo, com protagonismo do Itamaraty, seguindo os canais diplomáticos e institucionais. Em sua nota oficial, Lula declarou: “O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”.
O presidente também rebateu o trecho da carta de Trump que menciona o processo envolvendo Jair Bolsonaro (PL). Lula reforçou que o caso relacionado à tentativa de golpe é de competência exclusiva da Justiça brasileira. “Não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, afirmou.
No Supremo, os ministros continuam avaliando que as pressões do governo norte-americano não terão qualquer impacto sobre os julgamentos em andamento. Como exemplo, citaram o caso das big techs, em que a Corte decidiu ampliar a responsabilidade das plataformas digitais pelo conteúdo publicado por terceiros, mesmo diante de forte lobby internacional contrário à medida.