
O governo Lula decidiu que vai reagir aos ataques recentes do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, seus funcionários e até da Polícia Nacional do país. O Itamaraty deve publicar uma nota repudiando as ofensas e a ameaça feita nesta quinta (31) em um perfil oficial.
Ontem, a Polícia Nacional Bolivariana fez uma ameaça ao presidente Lula nas redes sociais. Em post com uma imagem em que aparece um homem com barba, cabelos grisalhos e o rosto borrado ao lado da bandeira brasileira, o perfil oficial da corporação escreveu: “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”.
Na última quarta (30), Maduro convocou seu embaixador em Brasília de volta ao país e alegou que o gesto demonstra seu “repúdio às recorrentes declarações intervencionistas e grosseiras de representantes autorizados pelo governo brasileiro”.
Fontes do Itamaraty afirmam que o Brasil vai expressar surpresa e desagrado pelo tom agressivo das autoridades venezuelanas sem citar nomes. Para funcionários do governo federal, as falas de Maduro e seus aliados “perderam o sentido da realidade”.
“Sem cair em provocações, o Brasil deixará claro que as declarações e expressões em Caracas sobre o governo brasileiro e suas autoridades não estão em linha com a forma respeitosa como devemos tratar nossas divergências”, afirmou uma fonte do governo ao jornal O Globo.

O governo brasileiro vinha tolerando as indiretas de Maduro e os outros ataques de autoridades do país, como do procurador-geral Tarek William Saab, que chamou Lula de “porta-voz” da CIA (serviço federal de Inteligência dos Estados Unidos) e acusou o petista de fingir acidente doméstico para não participar de evento dos BRICS.
O que motivou a reação do governo foi a ameaça feita pela Polícia Nacional Bolivariana, que “ataca um símbolo nacional”, segundo fontes do Itamaraty. “Uma coisa é criticar, ainda que sem fundamento, autoridades ou até mesmo instituições de governo”, avalia.
A publicação elevou a crise diplomática entre os países e o Brasil “não quer escalar”, segundo funcionários do governo, mas os ataques “passaram dos limites”.
A crise entre os países começou após o governo Lula não reconhecer o resultado da eleição na Venezuela e os documentos divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Posteriormente, o Brasil vetou um convite ao país como país parceiro dos BRICS.
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