
O governo federal anunciou o envio de ajuda humanitária e de equipes especializadas para apoiar a reconstrução das regiões atingidas pelo ciclone extratropical que devastou o Centro-Sul do Paraná entre a sexta-feira (7) e a madrugada deste sábado (8). O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, confirmou a mobilização emergencial na madrugada deste sábado e informou que o governo acompanha a situação em tempo real.
A cidade mais afetada é Rio Bonito do Iguaçu, de cerca de 14 mil habitantes, onde ventos ultrapassaram 250 km/h. Segundo a Defesa Civil, o fenômeno deixou ao menos cinco mortos e 130 feridos, 30 deles em estado grave.
O Corpo de Bombeiros relatou que 430 pessoas precisaram ser transferidas para Laranjeiras do Sul, município vizinho a 17 km de distância, onde foi montado um hospital de campanha. A cidade está totalmente sem energia elétrica e enfrenta dificuldades de comunicação.
O ministro Waldez Góes informou que Laranjeiras do Sul deve decretar estado de emergência nas próximas horas, o que permitirá acelerar o envio de recursos federais.
“Equipes de resgate, técnicos e caminhões com mantimentos e equipamentos de reconstrução já estão sendo enviados. O governo federal está ao lado do povo paranaense neste momento difícil”, afirmou em nota.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também manifestou solidariedade às vítimas e destacou que o governo federal prestará todo o apoio necessário. “O governo não medirá esforços para amparar as famílias atingidas”, declarou.
Nossa solidariedade às famílias de Rio Bonito do Iguaçu e região, no Paraná, atingidas por um ciclone nesta sexta-feira, e outros municípios do Estado afetados por temporais. Este é um momento de união e de soma de esforços entre governos e sociedade para apoiar a população e…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 8, 2025
O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), confirmou em pronunciamento que o fenômeno foi causado por um tornado de categoria 3, segundo classificação do Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná).
“Lamentavelmente, a gente teve um tornado que já foi confirmado pelo Simepar, um tornado de nível 3, com ventos que passam de 250 km/h. Muitas cidades da região centro-oeste do Paraná foram afetadas, em especial Rio Bonito do Iguaçu e Candói”, afirmou o governador, que estava acompanhado de representantes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
O ciclone, formado a partir de uma supercélula, provocou destruição generalizada: casas foram destelhadas, veículos capotaram e ruas inteiras ficaram cobertas por destroços. Moradores relataram que o vendaval durou poucos minutos, mas foi suficiente para devastar bairros inteiros. A Defesa Civil estadual investiga se há mais vítimas sob escombros em áreas de difícil acesso.
Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil que participaram das operações no Rio Grande do Sul foram deslocadas para a região paranaense. As equipes de resgate trabalham na remoção de escombros e no atendimento médico emergencial. Caminhões com água, alimentos, colchões e lonas seguem para os municípios mais afetados.
O fenômeno também impacta o estado de São Paulo. De acordo com a Defesa Civil paulista, fortes chuvas já atingiram as regiões de Presidente Prudente e Araçatuba. O sistema deve se deslocar para o restante do estado nas próximas horas, com previsão de ventos intensos e tempestades.
Um alerta via sistema Cell Broadcast foi enviado na noite de sexta-feira para a população de diversas regiões, incluindo Grande São Paulo, Vale do Ribeira, Baixada Santista e Campinas. A mensagem informava: “Condições para chuva e rajadas de vento forte nas próximas horas e ao longo do sábado, 8. Caso necessário, busque abrigo imediatamente”.
O governo do Paraná informou que as equipes estaduais estão em campo com o apoio das forças federais e que o foco é salvar vidas e restabelecer os serviços básicos.
Segundo o Simepar, os ventos registrados em Rio Bonito do Iguaçu chegaram a 250 km/h e podem ter ultrapassado essa velocidade em pontos isolados, o que elevaria o fenômeno à categoria F3, quando os ventos variam entre 250 e 330 km/h.