Governo Lula libera ajuda de R$ 40 milhões a Maceió com risco de desastre ambiental

Atualizado em 1 de dezembro de 2023 às 15:43
Área atingida por afundamento de solo em Maceió após exploração de sal na região pela Braskem (Foto: Arquivo/Prefeitura de Maceió)

Nesta sexta-feira (30), o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), enviou uma mensagem crucial ao Senado Federal, possibilitando que a prefeitura de Maceió obtenha um empréstimo de US$ 40 milhões junto ao Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). A alocação dos fundos visa fortalecer a resposta da capital alagoana ao risco iminente de desastre ambiental causado pela Braskem.

O estado de emergência foi decretado em Maceió devido a tremores de terra que elevaram a ameaça de colapso de uma mina operada pela petrolífera Braskem. Anos de alertas de pesquisadores sobre os perigos da extração de sal-gema na região culminaram no afundamento de bairros inteiros. Para compreender melhor os eventos em Maceió, confira esta reportagem.

Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem oficial a Dubai para participar da Conferência do Clima (COP 28), Alckmin, na condição de presidente em exercício, enviou a mensagem ao Senado. O texto assegura as garantias da União à operação de crédito externo a ser contratada por Maceió.

Área atingida por afundamento de solo em Maceió após exploração de sal na região pela Braskem (Foto: Arquivo/Prefeitura de Maceió)

Os documentos foram entregues por Alckmin ao presidente em exercício do Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Cunha está liderando o Congresso, já que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) estão na COP.

Após a reunião com o presidente em exercício no Palácio do Planalto, Cunha seguiu para Maceió, onde colaborará com os enviados do governo federal ao local, os ministros Renan Filho (Transportes) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social). Renan Filho, ex-governador de Alagoas e filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), colega de Cunha, destacou a urgência da situação.

“Levei ao presidente Geraldo Alckmin informações atualizadas sobre o afundamento da mina 18, que está deixando toda a população de Maceió assustada”, declarou o senador Rodrigo Cunha.

“Temos uma das maiores catástrofes da América Latina e do mundo. Essas minas correm grande risco de entrar em colapso. O Brasil não vai fechar os olhos, jamais, para a exploração mineral de maneira indiscriminada”, acrescentou.

Especialistas afirmam que é uma questão de tempo para que o solo na região se abra, mesmo contrariando a previsão de que isso poderia acontecer ainda na manhã desta sexta-feira (1°). O bairro está em alerta máximo, e moradores foram obrigados a deixar suas residências por ordem judicial, incluindo a evacuação de um hospital.

Nas últimas 48 horas, registrou-se um afundamento do solo de 1 metro e 6 centímetros, marcando um aumento significativo em relação aos 50 cm diários anteriores. Esse crescimento foi considerado uma aceleração crítica pela Defesa Civil de Alagoas.

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