Nesta sexta-feira (30), o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), enviou uma mensagem crucial ao Senado Federal, possibilitando que a prefeitura de Maceió obtenha um empréstimo de US$ 40 milhões junto ao Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata). A alocação dos fundos visa fortalecer a resposta da capital alagoana ao risco iminente de desastre ambiental causado pela Braskem.
O estado de emergência foi decretado em Maceió devido a tremores de terra que elevaram a ameaça de colapso de uma mina operada pela petrolífera Braskem. Anos de alertas de pesquisadores sobre os perigos da extração de sal-gema na região culminaram no afundamento de bairros inteiros. Para compreender melhor os eventos em Maceió, confira esta reportagem.
Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em viagem oficial a Dubai para participar da Conferência do Clima (COP 28), Alckmin, na condição de presidente em exercício, enviou a mensagem ao Senado. O texto assegura as garantias da União à operação de crédito externo a ser contratada por Maceió.
Os documentos foram entregues por Alckmin ao presidente em exercício do Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Cunha está liderando o Congresso, já que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) estão na COP.
Após a reunião com o presidente em exercício no Palácio do Planalto, Cunha seguiu para Maceió, onde colaborará com os enviados do governo federal ao local, os ministros Renan Filho (Transportes) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social). Renan Filho, ex-governador de Alagoas e filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), colega de Cunha, destacou a urgência da situação.
“Levei ao presidente Geraldo Alckmin informações atualizadas sobre o afundamento da mina 18, que está deixando toda a população de Maceió assustada”, declarou o senador Rodrigo Cunha.
“Temos uma das maiores catástrofes da América Latina e do mundo. Essas minas correm grande risco de entrar em colapso. O Brasil não vai fechar os olhos, jamais, para a exploração mineral de maneira indiscriminada”, acrescentou.
🚨BRASIL: Moradores de Maceió, que tiveram que deixar suas casas após risco de colapso de mina, falam sobre a situação: “Muita revolta”. pic.twitter.com/zeb8fKLqeL
— CHOQUEI (@choquei) December 1, 2023
Especialistas afirmam que é uma questão de tempo para que o solo na região se abra, mesmo contrariando a previsão de que isso poderia acontecer ainda na manhã desta sexta-feira (1°). O bairro está em alerta máximo, e moradores foram obrigados a deixar suas residências por ordem judicial, incluindo a evacuação de um hospital.
Nas últimas 48 horas, registrou-se um afundamento do solo de 1 metro e 6 centímetros, marcando um aumento significativo em relação aos 50 cm diários anteriores. Esse crescimento foi considerado uma aceleração crítica pela Defesa Civil de Alagoas.